Arthur Virgílio diz que PSDB apóia CPMI para investigar operações da Gautama
O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), manifestou nesta terça-feira (22), em nome do PSDB, sua indignação com o novo escândalo de corrupção que trazido à tona na semana passada com a divulgação da Operação Navalha, da Polícia Federal (PF). O senador afirmou que o partido deverá assinar requerimento para abertura de uma comissão parlamentar mista de inquérito para investigar as denúncias feitas pela PF.
A operação resultou na descoberta de um suposto esquema de corrupção e de fraudes em licitações, que teria à frente o dono da construtora Gautama, Zuleido Veras, e envolveria ministro de Estado, governadores e ex-governadores, parlamentares e servidores públicos federais, estaduais e municipais.
Para evitar os desvios de dinheiro público via emenda ao orçamento da União, Arthur Virgílio propôs que cada tema seja discutido, respectivamente, nas comissões pertinentes de cada Casa do Congresso. Depois, cada assunto seria submetido a análise de uma comissão de sistematização, criada especificamente para esse fim. Isso até que seja aprovado projeto em tramitação no Senado, de autoria do senador Antonio Carlos Magalhães (PEC 22 /2000), que cria o orçamento impositivo. Na sua opinião, o orçamento impositivo liberaria o Legislativo do jugo do Executivo no que diz respeito à liberação dos recursos.
Arthur Virgílio disse que, se à época dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso os parlamentares tivessem aceito proposta do senador Pedro Simon (PMDB-RS) de criação de uma CPI para investigar as empreiteiras talvez não se estivesse vivendo a atual crise.
O parlamentar defendeu o governador de Alagoas, Teotônio Vilela, que teve assessores acusados de envolvimento no esquema de recebimento de propina da construtora Gautama. Ele lembrou que o governador tem "uma extensa folha de serviços prestados ao país" e disse ter "certeza absoluta" de que ele não tem nada a ver com o esquema.
O senador foi aparteado pelo colega de partido Sérgio Guerra (PSDB-PE), o qual afirmou que, da forma como é produzido, o orçamento pode provocar uma "grave crise ou sucessivas crises" e criticou o modelo de produção e liberação de emendas que, segundo ele, "não serve mais". O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), por sua vez, afirmou que o orçamento "é corruptor" e que todos os parlamentares sabem disso. Para Jereissati, o Congresso Nacional precisa agir urgentemente para mudar essa realidade.
- O governo libera aquilo que quer dependendo do prestígio e de arranjos feitos nos meios intermediários. Uma emenda feita por você é liberada por empreiteiro que tem melhor acesso que você. E ficamos calados, assistindo e fazendo de conta que não sabemos de nada - protestou.
Arthur Virgílio recebeu apoio dos senadores Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), Joaquim Roriz (PMDB-DF), Mário Couto (PSDB-PA), Almeida Lima (PMDB-SE) e Pedro Simon (PMDB-RS).
22/05/2007
Agência Senado
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