Arthur Virgílio quer CPI para investigar ação do MST
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), anunciou que recolheu 31 assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a apurar a ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a crise fundiária do Brasil.
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido flácido com a ação desestabilizadora do MST, uma situação que já fugiu do controle e está assumindo proporções graves - disse.
Para o senador, o -objetivo delirante- do MST é desestruturar a economia e a agricultura brasileiras, agricultura que é responsável por um saldo comercial que deve atingir a US$ 21 bilhões em 2003.
- Gostaria que o governo tivesse com esse movimento a mesma energia que demonstra para tratar a senadora Heloísa Helena como se fosse um Trotsky, dentro de uma visão stalinista de poder. A deputada Luciana Genro é tratada como um Kamenev e o outro deputado como um Zinoviev - comparou o senador, fazendo referência a políticos perseguidos na extinta União Soviética pelo ditador Josef Stalin.
Arthur Virgílio acrescentou que gostaria de ver no governo a mesma energia contra o MST que foi demonstrada na vaia orquestrada contra a vice-governadora do Distrito Federal, Maria de Lurdes Abadia, dentro do Palácio do Planalto, em uma solenidade oficial.
- Por outro lado, também, quase negou-se ao presidente Fernando Henrique Cardoso o direito de opinar sobre a economia e a conjuntura brasileiras, direito que é inerente a qualquer cidadão, afinal, divergência não é crime.
O senador comparou a ação do MST à do líder revolucionário mexicano Emiliano Zapata, no início do século 20, e classificou de -estúpida- a decisão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, de entregar ao MST a máquina do Incra. -Foi uma tentativa estulta e estúpida de acalmar o MST, mas na verdade o que se faz é ajudar a destruir a agricultura brasileira com o apoio da máquina pública-, disse.
- Por isso, apelo aos líderes para que garantam o número necessário de assinaturas para esta CPI, porque o país não pode ficar à mercê de um movimento que quer destruir a agricultura. E ao governo apelo por mais energia, mais vigor e mais coragem - encerrou o líder do PSDB.
02/07/2003
Agência Senado
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