Arthur Virgílio pede firmeza de Lula em relação à expropriação da Petrobras em terras bolivianas
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), após participar da audiência pública com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu uma "postura firme, mais dura, ainda que em tom fraterno", do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sentido de mostrar que não aceita a expropriação de terras e das instalações da Petrobras na Bolívia. Amorim debateu com os parlamentares, na manhã desta terça-feira (9), a crise gerada pelo decreto de nacionalização de empresas controladas pela Petrobras na Bolívia e a ameaça de aumento no preço do gás fornecido ao Brasil.
O parlamentar disse também que, no caso de aceitar a expropriação, o Brasil poderia estimular o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, que chamou de "Evo do Paraguai", a confiscar, por exemplo, a Usina Hidrelétrica de Itaipu - um empreendimento binacional desenvolvido pelo Brasil e pelo Paraguai no Rio Paraná, considerada a maior em operação no mundo - causando assim, em sua opinião, uma "crise inimaginável". Arthur Virgílio ressaltou que o presidente Lula não deve priorizar a ajuda aos países latino-americanos, esquecendo-se dos brasileiros.
- O presidente Lula vai prejudicar os eleitores brasileiros mais carentes, como os do Nordeste, que o elegeram - lembrou.
Em referência à decisão unilateral de Evo Morales, Arthur Virgílio avaliou que ajudar a Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, "não é passar a mão na cabeça de quem erra". Para ele, a real ajuda que o Brasil pode prestar ao povo boliviano é investir no país, ajudando a desenvolver a tecnologia e incrementando a geração de empregos para os bolivianos. O senador disse também acreditar que a Bolívia não vai indenizar a Petrobras e o governo brasileiro, seja pela "invasão às instalações, seja pela expropriação das terras exploradas por brasileiros no país", conforme está sendo delineado pelo presidente Evo Morales.
- Se a ação partir para a ideologia no cenário internacional, que é frio e com cada um defendendo o seu próprio interesse, entramos no terreno do idílio, do sonho - alertou Arthur Virgílio.
09/05/2006
Agência Senado
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