Arthur Virgílio pede coerência ao PT e aponta erros do governo Lula



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), fez nesta terça-feira (18) um duro discurso na tribuna do Senado, no qual pediu coerência ao PT, apontou erros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fez um balanço positivo da gestão passada. Na avaliação do senador, o partido de Lula ainda não deu provas suficientes de amadurecimento e de que teria abandonado convicções que defendia quando era oposição.

- A persistência de ataques inconseqüentes ao governo recém-findo leva-me a questionar até que ponto esse amadurecimento é profundo, real e sincero. Será que o PT avançou na sua compreensão do país e na formulação de propostas adequadas ao mundo que o rodeia? Ou teria guardado suas convicções porque o ato de governar lhe dá um choque diário de realidade? - questionou Arthur Virgílio, que comparou o PT no governo a -um lobo em pele de cordeiro-.

O líder do PSDB creditou ao PT parcela de culpa nos problemas econômicos do país. Arthur Virgílio disse que as reformas que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, defende como forma de baixar os juros não foram aprovadas devido à atuação do PT durante o governo Fernando Henrique. Dessa forma, concluiu o senador, o partido seria um -enorme culpado pelas taxas escorchantes-.

- Denuncio que existe um custo PT embutido no custo Brasil e que tira competitividade de nossa economia, trava o crescimento, reduz a capacidade de geração de empregos - disse.

Depois de louvar avanços do governo Fernando Henrique nas áreas de educação, modernização produtiva e combate à pobreza, -possíveis graças à estabilidade econômica-, Arthur Virgílio apontou erros do atual governo.

- O esforço na direção dos mercados é louvável. Mas a conversão recente e mal assimilada aos princípios da economia real leva o PT a exageros típicos de cristão-novo. Em vez da prometida mudança radical da política econômica, que seria o desastre, o que vemos é uma continuidade sem convicção nem criatividade, que poderá também custar caro ao país - afirmou.

Apesar das críticas, Arthur Virgílio disse que seu partido não negará apoio ao PT na aprovação de reformas que os tucanos considerem importantes para o país.

- O PSDB não rejeitaria boas propostas só porque vieram do governo. Primeiro porque não queremos passar pelo constrangimento de apoiar as mesmas propostas amanhã, quando retornarmos ao poder. E porque o Brasil tem pressa, e com desemprego recorde e tantas mazelas sociais dentro de casa, não temos tempo a perder. O relógio está correndo e quem paga a conta é o povo.



18/02/2003

Agência Senado


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