Arthur Virgílio sugere ao PT que "corte na carne para se depurar"
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), em discurso no Plenário do Senado nesta terça-feira (28), sugeriu ao PT - que realizará congresso este fim de semana -, que "se depure e corte na carne" para fazer jus à sua grande história e renascer. Seu discurso se deu após o Supremo Tribunal Federal (STF) acolher a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, contra 40 pessoas acusadas de envolvimento no pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido por "esquema do mensalão".
O esquema foi denunciado em 2005 e investigado pelas comissões parlamentaresde inquérito dos Correios e do Mensalão. Entre os agora réus, estão membros importantes do Partido dos Trabalhadores
- Estou dirigindo uma mensagem modesta, insignificante a um partido que tem tudo para emergir se for capaz de cortar na carne e se depurar - sugeriu o senador.
Para Arthur Virgílio, o partido não morrerá, com a base social e a tradição de luta que tem, mas precisa ter força para emergir depurado.
- Estou falando de ética. O PT foi atingido em cheio nisso - afirmou.
Arthur Virgílio lembrou que o relatório elaborado pela CPI mista dos Correios - ainda que tenha sido classificado como estigmatizado e mal-intencionado - serviu como base para a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, apresentada ao STF e aceita, em votações realizadas por aquela Corte desde a semana passada.
O senador também elogiou a líder do governo no Senado, Ideli Salvatti (PT-AC), por ir ao Plenário defender seu partido, mesmo abalado com as investigações instauradas.
Voto aberto
A discussão sobre o procedimento de votação dos pareceres dos relatores do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética também foi abordada por Arthur Virgílio. Os senadores discutem se o voto será aberto ou fechado. Ele afirmou que o seu partido opina pela votação aberta, porém continua a defender o secreto para certas causas.
- O voto secreto é conquista secular, mas entendo que está superado para certos eventos e certos fatos - afirmou.
Em aparte, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) explicou que a votação pode ser secreta a requerimento de algum parlamentar, mas tradicionalmente é aberta. Já o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) lembrou que um requerimento como esse pode ser derrubado em votação.
28/08/2007
Agência Senado
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