Arthur Virgílio alerta para crise no Leste Europeu e defende corte de gastos de custeio pelo governo



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) pediu ao Senado que dirija sua atenção para os países do Leste Europeu, que estariam ameaçados por elevado endividamento e pela fragilidade de seu sistema bancário. Segundo disse, o Leste Europeu pode ser a bola de vez na crise financeira global, cuja superação tem como outro entrave os problemas enfrentados pelo sistema bancário dos Estados Unidos.

Na tentativa de livrar o Brasil dos efeitos dessa crise, o parlamentar não vê outra saída a não ser o governo federal cortar gastos de custeio com a máquina pública e reverter essa poupança para investimentos no essencial. Essa estratégia acabaria desembocando, conforme acrescentou, na redução da taxa de juros e deixaria o país pronto para crescer tão logo os problemas na economia internacional fossem superados.

- O governo tem que aprender a se financiar com menos recursos. É fundamental o presidente Lula passar otimismo, mas isso não pode impedir o governo de tomar medidas duras e, daí, deixar o país na poli position da largada para o crescimento - advertiu.

Arthur Virgílio também destacou dados de levantamentos internos e externos sobre a economia brasileira e latino-americana, que reforçariam a necessidade de o país enfrentar agora, e com firmeza, os efeitos da crise financeira global. Assim, citou estudo do banco Morgan Stanley que sinaliza queda no crescimento econômico do Brasil para zero na metade de 2009. Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV) teria estimado ritmo de crescimento econômico de 2,9% para a América Latina no primeiro trimestre deste ano, avaliado como o pior desde 1999.

Outro temor do líder do PSDB no Senado é que o novo índice de desemprego, com anúncio aguardado para esta sexta-feira (20), atinja cerca de 8% e possa até chegar a dois dígitos. Sua preocupação também abrange as recorrentes quedas na cotação da Bovespa e no valor das commodities (mercadorias negociadas em bolsa de valores) e a tendência de crescimento contínuo do dólar frente ao real.

Quanto ao enfrentamento dos reflexos dessa crise no Amazonas, Arthur Virgílio apelou ao governo federal pelo descontingenciamento de 100% dos recursos gerados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), além de proteção às empresas de eletroeletrônico e às indústrias do polo industrial de Manaus, cujo faturamento teria superado US$ 30 bilhões em 2008.

Por fim, o senador pelo Amazonas disse ter endossado, junto com o senador Jefferson Praia (PDT-AM), documento elaborado pelo senador João Pedro (PT-AM) e dirigido ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, mostrando as razões por que Manaus merece ser uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014.



19/02/2009

Agência Senado


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