ARTUR DA TÁVOLA E TV SENADO FORMAM PLATÉIAS PARA A MÚSICA CLÁSSICA



Esta semana, o senador Artur da Távola (PSDB-RJ) ocupará novamente um estúdio da TV Senado para fazer política de maneira bastante peculiar: gravará o décimo segundo programa da série "Quem tem medo da música clássica?", uma das atrações de maior repercussão da emissora. Criado com o objetivo de formar platéias para a música erudita, o programa tem como tema uma das mais democráticas formas de arte, na opinião do senador. Para ele, a música libera o indivíduo do narcisismo e do egoísmo, levando-o a compartilhar experiência única com seus semelhantes.

Utilizar emissora pública para ensinar fundamentos e curiosidades sobre a música clássica foi a maneira que o senador encontrou de cobrir o que considera uma falha tanto das TVs públicas quanto privadas. Segundo Artur da Távola, sinfonias, prelúdios e outras peças eruditas são plenamente assimiláveis por qualquer ser humano, mas o medo de que se tratem de estruturas complexas e sofisticadas demais acabam por afastar muita gente desse gênero. Sem contar o excesso de atenção que se dá hoje em dia a formas musicais vulgares, em razão da força das máquinas de divulgação, observou o senador.

- A diferença entre a música clássica e a música popular é formal. O que existe é a diferença entre música boa e música ruim - definiu o senador, que incluiu em um de seus programas obras do músico popular argentino Astor Piazzolla.

Buscando ao mesmo tempo dissipar os medos do público e municiá-lo de material básico para ingressar num mundo de novas sonoridades, o senador fornece em seu programa informações técnicas para que o telespectador compreenda o que está ouvindo, e até saiba como agir num concerto para apreciar melhor o que está sendo executado - bater palmas na hora certa, por exemplo, ajuda tanto os músicos quanto a platéia . Depois das lições de Artur da Távola, uma sinfonia não parecerá apenas o encadeamento de notas, acordes (conjuntos de notas executadas simultaneamente) e seqüências melódicas. Dependendo da tonalidade, do andamento (velocidade da execução), da escolha dos instrumentos, do desenvolvimento temático e do caráter melódico, a peça contará uma história, falará do espírito de um época, traduzirá certa apreciação filosófica.

- O gostar também é uma função do compreender. É preciso que o ouvinte desafie seu gosto. Mas para isso deve em alguns momentos se dedicar a mais que o deleite - explicou o senador.

Artur da Távola mostra-se feliz com a boa audiência do programa, em razão do qual tem recebido grande quantidade de e-mails. "Fiquei encantada em descobrir seu programa pois, através dele, estou podendo aprender mais sobre os grandes mestres e sinto-me feliz por ver que uma pequena porta se abre para uma das artes mais belas, em um meio de comunicação como a TV (mesmo um tanto restritamente, já que a emissora é por assinatura...)", escreveu ao senador a telespectadora Marilda Teixeira, do Rio de Janeiro.

O senador chama a atenção para o fato de que esse sucesso tem se dado a despeito da austeridade da produção, que conta com uma pessoa, além dele próprio, e que se abastece de uma pequena quantidade de fitas. Além do material de arquivo, a TV usa gravações de concertos realizados em Brasília.

- Quando se fala sobre música na TV é preciso acertar nas palavras, mostrar entusiasmo e sentimento verdadeiros, porque na TV o que importa é o "como" - disse Artur da Távola. O programa pode ser visto aos sábados e domingos às 10h e às 18h, com reprise às sextas-feiras às 18h30.

27/10/2000

Agência Senado


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