Assembleia-geral da ONU volta a pedir fim do embargo norte-americano a Cuba
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta terça-feira (26), por uma ampla maioria, nova resolução que pede o fim do embargo econômico e comercial dos Estados Unidos contra Cuba, imposto há cerca de 50 anos. A votação nas Nações Unidas ocorre um dia depois da decisão, definida pelos chanceleres da União Europeia (UE), de reestabelecer as relações políticas e diplomáticas com Cuba.
O texto aprovado exige o fim do que os países qualificam como anacronismo cruel da Guerra Fria que prejudica apenas pessoas comuns. O documento foi aprovado com 187 votos a favor, dois votos contra (Estados Unidos e Israel) e três abstenções (Ilhas Marshall, República de Palau e Estados Federados da Micronésia).
O embargo econômico foi imposto pelos EUA em 1962, com o objetivo de derrubar o regime de Fidel Castro, que chegou ao poder com a Revolução Cubana de 1959.
Este foi o 19º ano seguido em que a Assembleia Geral da ONU é convocada a analisar o pedido de Cuba. Nas ocasiões anteriores, a maioria dos membros da ONU apoiou o fim do embargo a Cuba. Em setembro, durante a 65ª assembleia geral, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou o bloqueio norte-americano.
Nesta segunda-feira (25), o embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, pediu à América do Sul e ao Caribe uma declaração em favor ao seu país.
“Para nós, o bloqueio deve ser suspenso de forma unilateral e imediata. [Foi] um bloqueio feito por vontade própria e por força [dos Estados Unidos] e constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social de Cuba”, disse. “É inconcebível que dois países vizinhos [Cuba e Estados Unidos] não possam ter relações econômicas, comerciais e culturais”, concluiu.
Pelos dados oficiais de Cuba, o embargo imposto há 48 anos causa prejuízos que somavam cerca de US$ 751,3 bilhões até dezembro de 2009. Para as autoridades cubanas, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não demonstra boa vontade em recuar na adoção do embargo.
A atitude do governo do Brasil é sempre lembrada pelos cubanos.“[O Brasil] foi o primeiro país a interferir. Esperamos que, amanhã [hoje], como o Brasil, um bom número de países se manifeste”, afirmou Zamora.
Depois de 48 anos sob embargo, Cuba tenta evitar o agravamento da crise no país ao anunciar a abertura do mercado de trabalho, a demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos e a aproximação da União Europeia. O bloqueio envolve restrições econômicas, financeiras, políticas e diplomáticas.
Fonte:
ONU
Agência Brasil
26/10/2010 18:18
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