Assentadas do RS aumentam renda com produção de porongos
Do Noroeste para o Sul do Rio Grande do Sul, a trajetória da agricultora Marilei Aparecida Fernandes provocou a vontade de plantar e trabalhar com porongos – frutos de uma planta da família das curcubitáceas, muito usada no estado na produção de cuias para chimarrão. Natural de Vicente Dutra – conhecida como a capital nacional da cuia -, Marilei mora há 15 anos no assentamento São Virgílio, no município de Herval. Há dez anos, começou o cultivo, estimulada pelo fato de não haver muitos produtores no município.
A produção é uma alternativa de renda: a unidade bruta para confecção de cuias pode ser vendida por valores em torno de R$ 3,00 – no mercado gaúcho, cuias prontas, dependendo do trabalho artesanal agregado, podem mesmo ultrapassar em 10 vezes este valor.
No lote de Marilei, são cerca de três hectares cultivados, e atualmente a produção de porongos é a segunda principal renda da família, atrás do leite. Há quatro anos, entretanto, a atividade ganhou nova dimensão. Para além das cuias, Marilei e a irmã, que também é assentada, produzem outras peças artesanais com o material que sobra: são objetos, animais, enfeites, utensílios variados. "Gosto de fazer. A gente vai criando, vai inovando", conta a agricultora. As peças são vendidas na feira semanal do município. "O retorno incentiva a gente a fazer. E é uma renda a mais dentro do tempo que sobra das outras lidas", afirma Marilei. O desejo de participar de outras feiras ainda esbarra na questão do transporte.
Incentivo
Com foco não apenas na possibilidade de renda, mas na diversificação de atividades e bem estar das famílias, a Emater promoveu no mês passado um curso de artesanato em porongos no assentamento São Virgílio, dentro das atividades de assistência técnica prestadas. A oficina foi ministrada pela extensionista Mery Couto e pela técnica da Embrapa Clima Temperado Rosângela Costa Alves.
Marilei e outras cinco agricultoras participaram – para ela, o momento foi importante. "Foi uma troca de experiências. A gente sempre aprende". Uma prova de que a tradição convive com a criatividade.
Fonte:
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
13/12/2013 15:31
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