Assentamentos devem colher 21 mil toneladas de arroz agroecológico



Quinze assentamentos do Rio Grande do Sul já começaram a colheita de arroz agroecológico. O tradicional evento de abertura ocorreu no assentamento Lagoa do Junco, em Tapes, e reuniu cerca de dez mil pessoas.

Pela primeira vez, o ato foi realizado junto com a 37ª Romaria da Terra, que teve o tema Reforma Agrária, cooperação e agroecologia: cultivar vida saudável. A Romaria é promovida todos os anos pela Comissão Pastoral da Terra e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

De acordo com o representante da Cooperativa Central dos Assentamentos do RS (Coceargs) e do Grupo Gestor do Arroz, Emerson Giacomelli, a programação conjunta demonstra a integração do povo em torno de uma produção de alimentos livre de agrotóxicos e de transgênicos.

“Se hoje nós podemos fazer a abertura da colheita no assentamento com a Romaria da Terra é porque um dia fomos romeiros em busca de uma vida melhor e mais saudável. Mostra a capacidade de nos agregarmos em torno de um projeto único, provando que a agroecologia é uma causa de todos”, afirmou Giacomelli.

Emerson observou que a produção de arroz agroecológico nos assentamentos vem crescendo a cada ano, e a expectativa para 2014 é superar a média em produtividade e principalmente em qualidade.

A safra deve chegar a 21,3 mil toneladas de arroz cultivado sem agrotóxico. A área plantada é de 4.398 hectares, distribuídos em 12 municípios do estado. Giacomelli espera ainda a manutenção do preço – que varia de R$ 34 a R$ 35 a saca, 20% a mais que o valor do produto convencional –  para garantir renda aos assentados.

Destaque

A produção de arroz agroecológico, iniciada em 1999, vem se consolidando como uma das principais atividades nos assentamentos gaúchos.

Hoje, 501 famílias estão envolvidas com o cultivo, que busca estabelecer relação de integração entre o ser humano, recursos naturais e equilíbrio bioquímico do ecossistema banhado.

O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Rio Grande do Sul, Roberto Ramos, salientou que desde o plantio à comercialização, o processo todo é desenvolvido por assentados.

“É o nosso principal produto, porque abrange a produção das sementes orgânicas, o cultivo, a colheita, a agroindustrialização e a comercialização, etapas sempre vinculadas aos princípios da agroecologia e da produção de alimentos com qualidade”, disse Ramos.

Roberto lembrou também dos esforços do Incra na prestação de assistência técnica adequada aos produtores de arroz e dos investimentos feitos pelo Instituto em unidades de beneficiamento e armazenagem (estas com capacidade para 292 mil sacas), além do apoio à comercialização por meio de programas federais, com o da Alimentação Escolar.

Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Agrário 



12/03/2014 18:19


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