Produção de arroz agroecológico deve chegar a 17 mil toneladas no RS



Em 2011, a produção de arroz agroecológico nos assentamentos da região metropolitana de Porto Alegre (RS) deve duplicar em relação à safra passada. Este ano, a área plantada passou de 2,1 mil para 3,8 mil hectares, o que significa uma expectativa de colheita de 17 mil toneladas do grão. O resultado esperado é o dobro do obtido em 2010. O cultivo do arroz agroecológico segue os princípios de preservação da natureza. Os números foram anunciados nesta quinta-feira (17),  durante a VIII Abertura da Colheita do Arroz Agroecológico, no assentamento Apolônio de Carvalho, em Eldorado do Sul (RS). 

De acordo com o superintendente regional interino do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Rio Grande do Sul, Roberto Ramos, a instituição destinou cerca de R$ 1,2 milhão nos últimos quatro anos para estimular esse tipo de cultivo através do Programa Terra Sol. Os recursos foram investidos em unidades de beneficiamento, armazenamento e secagem em Nova Santa Rita, Tapes e Eldorado do Sul. As unidades em operação garantem o preparo do produto para venda final ao consumidor. Já na fronteira oeste do estado, as ações do estão concentradas no preparo do solo, irrigação e plantio das lavouras, totalizando investimento de mais de R$ 350 mil. 

Segundo a Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Cooceargs), a cada ano, novos agricultores aderem ao projeto. Na safra passada, a atividade envolvia 211 famílias, mas o número também dobrou: 428 participam da produção neste ano. Ao todo, 16 assentamentos em 11 municípios têm lavouras de arroz ecológico. "A maior área de arroz orgânico do Rio Grande do Sul hoje está nos assentamentos da reforma agrária", reforçou o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Cedemir de Oliveira.

O preço é um dos principais atrativos. Enquanto a saca do produto convencional está cotada em R$ 22, o sistema ecológico remunera 30% a mais, ou seja, paga R$ 28 pelo mesmo volume. Além disso, o sistema preserva a saúde. Muitos assentados resolveram abolir os agrotóxicos de seus lotes porque haviam sido intoxicados nas lavouras.


Mercado

O arroz produzido sem aditivos químicos está disponível na loja da reforma agrária, no Mercado Público de Porto Alegre, além de feiras ecológicas da capital e interior do estado. Cerca de 5% da produção terá como destino os mercados europeu e norte-americano. Mas a maior parte (70%) será comercializada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para incrementar os programas de segurança alimentar do governo federal ou ser servida como merenda para estudantes. De acordo com dados da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec), 150 escolas porto-alegrenses já incluíram o produto no cardápio.

 

Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Agrário



18/03/2011 17:02


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