Associações e membros do Ministério Público pedem a Renan rejeição da PEC 37



O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu na tarde desta quarta-feira (19) membros do Ministério Público, servidores e representantes de associações ligados ao MP e tribunais de contas que pediram a rejeição, no Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37/2011. A PEC, que tramita na Câmara dos Deputados, define a competência para a investigação criminal pelas polícias federal e civil. Na prática, a proposta tira poder de investigação do Ministério Público.

De acordo com a presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Norma Cavalcanti, Renan se mostrou sensível à causa e disse entender que é preciso regulamentar a atuação de todos os órgãos com poder investigatório.

Norma disse que a PEC 37 “extingue” a investigação pelo Ministério Público. Ela reconheceu que o Ministério Público carece “de regras” e apresentou a Renan uma sugestão de projeto de lei que regulamenta a investigação criminal. Segundo Norma, o projeto pode colaborar para uma segurança pública mais eficaz. Ela registrou que a Conamp representa 16 mil promotores de Justiça que colaboram com a investigação e com a Justiça.

Para a presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas, Lucieni Pereira, não é só a investigação criminal que fica comprometida. Ela lembrou que a questão fiscal também pode sofrer consequências se todas as investigações ficarem “represadas” dentro das polícias. Lucieni apontou a importância de incluir os governadores na discussão da PEC 37, já que o serviço que fica a cargo do Ministério Público poderá sobrecarregar a atuação das polícias estaduais.

- O Senado, como a casa dos estados, tem a missão de fazer um amplo debate com os governadores e os secretários estaduais da Fazenda e da Segurança Pública – sugeriu.

Na Câmara dos Deputados, o presidente em exercício, André Vargas (PT-PR), declarou nesta quarta que seria melhor adiar para o segundo semestre a votação da proposta. Vargas reconheceu que o tema é polêmico e acrescentou que nenhum partido tomou posição a respeito, não havendo consenso entre os líderes sobre a matéria.

- A PEC como está não parece a equação ideal compreendida pela maioria da Casa. O que é ideal é a regulamentação para conter os excessos - afirmou.



19/06/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Capiberibe pede rejeição de PEC que retira atribuições do Ministério Público

Senadores se queixam de 'excessos' de membros do Ministério Público

Associação Nacional dos Membros do Ministério Público declara apoio ao governo paulista

Projeto fixa remuneração para membros do Conselho Nacional do Ministério Público

Lídice da Mata protesta contra rejeição de Vladimir Aras para Conselho do Ministério Público

Proposta restabelece adicional por tempo de serviço para magistrados e membros do Ministério Público