Ato contra Collor tem 5 mil caras-pintadas









Ato contra Collor tem 5 mil caras-pintadas
MACEIÓ - O movimento caras-pintadas de Alagoas reuniu ontem,, segundo cálculos da Polícia Miltar, cerca de 5 mil pessoas em toda a orla de Maceió. Jovens se vestiram de preto e carregaram um caixão com as fototografias do ex-presidente Fernando Collor (PRTB) e com a inscrição Cadeia Nelle/Fora Collor. O movimento dos estudantes foi reforçado por militantes do PSB, do PSTU e do PT. A polícia precisou intervir para evitar um confronto com manifestantes pró-Collor. É a primeira grande manifestação dos cara-pintadas na capital alagoana desde o movimento pelo impeachment, em 1992.

Um grupo de cerca de 200 simpatizantes do ex-presidente tentava interromper a passagem da manifestação contrária, colocando um carro de som no caminho. Policiais retiraram o carro, permitindo a passagem dos caras-pintadas. O ex-presidente Fernando Collor, por meio de sua assessoria de Imprensa, disse que se trata de um movimento financiado por partidos de esquerda e pelo grupo que apóia a reeleição do governador Ronaldo Lessa, seu principal adversário na disputa pelo governo do Estado. O clima foi tenso porque jovens do movimento secundarista pró-Collor, denominado Caras lisas, também estavam concentrados num trecho da orla.Os participantes da manifestação de apoio ao ex-presidente concorreram a 200 bicicletas, ganharam uma camisa e R$ 10.

O coordenador do movimento, Marcos Calheiros, presidente da Federação Alagoana dos Grêmios Estudantis, disse que, "a partir desta passeata, a juventude alagoana estará sempre nas ruas para acordar os adultos nesta corrente que se forma contra Collor".Na mesma Praia da Pajuçara, onde acontecia a passeata, no trecho dos Sete Coqueiros, estudantes mobilizados pelo comitê de Collor realizavam um ato em homenagem ao Dia dos Estudantes - 11 de Agosto - comemorado em todo o País.


Ciro Gomes não pede voto para Jarbas
Presidenciável disse não saber se terá oportunidade de retribuir a abertura do palanque jarbista

PETROLINA - Ainda não foi dessa vez, que o candidato da Frente Trabalhista (PPS/PDT/PTB) a presidência da República, Ciro Gomes, que participou de um comício no sábado neste município, pediu votos para governador-candidato Jarbas Vasconcelos (PMDB). Jarbas declarou na semana passada abrir seu palanque no Estado para o pós-comunista, mesmo apoiando o candidato do governo ao Palácio do Planalto, senador José Serra (PSDB). Ciro disse ter ficado sensibilizado com as declarações de apoio do governador pernambucano a sua candidatura. "Jarbas é uma pessoa que merece meu respeito e estima", frisou o presidencial trabalhista.

No entanto, disse não saber se terá oportunidade de retribuir esse "privilégio" participando de algum ato da campanha jarbista devido a compromissos que tem para cumprir em todo o País. O candidato da Frente Trabalhista fez questão de ressaltar que estava no palanque do seu partido em Petrolina, defendendo a eleição para deputados federais de Clementino Coelho (PPS), deputado federal candidato a reeleição, e do senador presidente nacional do PPS, Roberto Freire, além da reeleição do senador Carlos Wilson (PTB). "São candidaturas fundamentais junto a de outros companheiros, mesmo que a Frente Trabalhista não tenha sido consolidada aqui em Pernambuco", lembrou.

O candidato ao Senado pelo PSS no Estado, Nelson Borges, mesmo presente à visita de Ciro à Petrolina não chegou a ser lembrado. Durante o comício na avenida São Francisco, bairro Areia Branca, Ciro Gomes discursou para um público de cerca de 20 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. As palavras do candidato da Frente para os eleitores petrolinenses mais uma vez foram marcadas por críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso pontuando falhas em áreas como segurança, desemprego e a política para os aposentados, mas também pelo entusiasmo de quem já se vê numa nova eleição marcada para o 2º turno.

"Tenho que agradecer a todos os brasileiros, pois esse encontro de um lado é a festa da democracia e do outro é o sentido dessa caminhada", declarou. Mesmo fazendo diversas críticas ao governo FHC, Ciro disse em sua visita à Paraíba, realizada também no sábado pela manhã, que não descartaria o apoio tucano caso dispute o 2º turno das eleições.

No momento que pediu votos para os candidatos da Frente Trabalhista, Ciro destacou que não se oferece como "o salvador da pátria, pois nenhum homem sozinho é capaz de resolver os problemas do País". Salientou que quer dividir essa responsabilidade com os seus companheiros. "Se decidirem caminhar comigo, peço a vocês que elejam os nossos deputados federais e estaduais, mas peço licença a todos para dizer que Pernambuco tem um homem no Senado Federal que eu preciso que ele volte ao Congresso Nacional, que é o senador Roberto Freire", considerou Ciro Gomes. No comício ele não pediu votos para o senador Carlos Wilson.


Dividido, PSB não prestigia Garotinho
A insatisfação de lideranças do PSB de Pernambuco com a candidatura de Garotinho à Presidência da República atingiu o estágio do constrangimento. Prova disso foi a ausência de alguns dos principais nomes da sigla na inauguração do comitê do ex-governador Miguel Arraes, mesmo diante do fato de o presidenciável ter vindo do Rio de Janeiro prestigiar o evento. Não compareceram à festa, por exemplo, o deputado estadual Carlos Lapa e os deputados federais Djalma Paes e Gonzaga Patriota. Arraes é presidente nacional do PSB e tenta uma vaga na Câmara Federal.

O deputado federal Eduardo Campos, que chegou ao comitê (na Madalena) com mais de uma hora de atraso, tentou explicar a situação afirmando que a vinda Garotinho foi inesperada e que faltou tempo para que os demais lideranças da legenda prestigiassem a festa. "Dos candidatos só vieram (o deputado estadual) Jorge Gomes, porque é presidente do partido, e eu, por razões óbvias (é neto de Arraes). Os demais estão com compromissos de campanha".

VERSÕES DIFERENTES - A demora da chegada do próprio Campos foi explicado por assessores com versões diferentes. Para alguns, ele cumpria agenda de campanha na Mata Norte. Outros disseram que acompanhava os filhos numa festa do Dia dos Pais. Já na inauguração, o parlamentar fazia questão de frisar que o partido estava fechado com Garotinho, ainda que demonstrasse que isso era resultado de resignação.

"Eu não uso do expediente de dissimular. As questões que queria colocar eu coloquei na hora adequada.

Busquei a unidade das forças. Esse tempo da política foi vencido, estamos a 50 dias da eleição. Agora, cada um carrega as decisões do seu partido e nós estamos carregando a nossa", afirmou.

O PSB local tentou amenizar o "fardo" da candidatura de Garotinho com a animação da pequena militância que compareceu à inauguração. No discurso feito num palanque improvisado em frente ao comitê o próprio ex-governador e presidente nacional do PSB, Miguel Arraes esforçou-se para transmitir força aos correligionários. "Anunciem que estou de volta à luta", disse Arraes.

Mostrando despreocupação com o descontetamento de alguns deputados, o presidenciável Garotinho afirmou que o partido estava trabalhando para ele em Pernambuco. "O deputado Eduardo Campos tem pedido votos para mim e a maior liderança do partido no Estado, Dr. Miguel Arraes, está aqui. Isso é indiscutível", salientou o ex-governador do Rio de Janeiro.


Músico baleado recebe transfusão
RIO - O percussionista do grupo O Rappa, Paulo Sérgio dos Santos Dias, de 21 anos, o Paulo Negueba, baleado na noite de sexta-feira durante troca de tiros entre a polícia e traficantes, recebeu transfusão de sangue ontem. O tiroteio aconteceu na favela de Vigário Geral (zona norte do Rio), onde o músico mora. Ele que havia sido operado de emergência no Hospital Getúlio Vargas , foi transferido para o hospital privado Copa D'Or, em Copacabana, onde recebeu visita do Caetano Veloso. Caetano é padrinho do grupo cultural Afro Reggae, formado em 1993, depois da chacina que deixou 21 mortos em Vigário Geral, do qual Negueba faz parte.

Segundo boletim médico, Paulo Negueba passará por pelo menos mais duas cirurgias, para que volte andar normalmente. Ele deve ficar mais 15 dias no hospital e só deve retornar ao trabalho em três meses. O percussionista não é o primeiro músico de O Rappa a ser vítima da violência do Rio. Em novembro de 2000, o baterista Marcelo Yuka foi baleado ao tentar impedir um assalto na Tijuca(zona norte) e ficou tetraplégico.

O tiroteio que atingiu Negueba levou à exoneração do comandante do Batalhão de Operações Especiais Bope), força de elite da PM, coronel Venâncio Moura. A governadora Benedita da Silva (PT) criticou a atuação da polícia. O nome do novo comandante deve ser divulgado hoje pelo comandante da PM, Francisco Braz.

Segundo Braz, a operação em Vigário Geral foi determinada depois de denúncias de que traficantes estariam planejando matar PMs, em vingança pela morte dos traficantes Maurício de Lima Matias, o Boizinho, e Ricardo Victor dos Santos, o Cuco. Eles foram mortos em Vigário Geral, quinta-feira. Boizinho era acusado de ser um dos assassinos do jornalista Tim Lopes.

A polícia tem feito incursões freqüente na favela, em busca do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado do assassinato do jornalista.


Luz pode subir 15% acima da inflação
Processo de separação entre geração e distribuição de energia vai gerar reajustes de preços ao usuário

O consumidor pode se preparar para pagar mais pela energia que consome nos próximos anos. É que o Brasil caminha para a conclusão do processo de desverticalização do setor elétrico, separando a geração da transmissão. Isso significa que as distribuidoras vão poder comprar energia de outros geradores (desta vez privados) e a tendência é a diversificação da matriz energética. Vale salientar que as termelétricas a gás, que entram nesse novo mix, têm preço no mínimo três vezes mais caro do que a hidroeletricidade. Especialistas da área já prevêem aumentos cerca de 15% acima da inflação para os próximos quatro anos. Para quem desde 1995 já vem amargando reajustes de tarifa estratosféricos, a notícia não é nada animadora.

De 1995 a 2001, a tarifa de energia elétrica média no Brasil subiu 106,1%. O crescimento médio tem sido em torno dos 13,2%, bem acima da inflação, portanto.

Perde-se a conta quando levamos em consideração os aumentos extraordinários concedidos para repor asperdas das distribuidoras com o racionamento e o chamado seguro anti-apagão. Para se ter uma idéia, em todo o País, a energia elétrica subiu 21% somente nos últimos 12 meses. Uma alta quase três vezes maior do que a inflação de 7,51% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na prática, portanto, a energia elétrica já vem subindo 15% acima da inflação. O que assusta é que, mesmo que os encargos provisórios sejam extintos, há uma tendência concreta de que isso continue acontecendo. Na opinião do economista Alexandre Rands, a energia brasileira, que sempre foi uma das mais baratas do Mundo, poderá ser uma das mais caras com a adição de outras fontes, como a termelétrica. "É quase certo um aumento entre 15% e 20% acima da inflação. Vai ser um aumento natural. Faz parte do processo", analisa.

REMUNERAÇÃO - A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) admite que a incorporação de novas fontes vai interferir, para mais, no preço das tarifas. "O custo da energia vai aumentar, interferindo na remuneração das distribuidoras", afirma o vice-presidente da empresa, Roberto Alcoforado. Segundo ele, a majoração vai acontecer exatamente na Parcela A, que são os custos não gerenciáveis das distribuidoras. Nos dois últimos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Celpe, a Parcela A teve um peso maior. Em 2001, dos 14,85% autorizados, 9,15% foi a aplicação do IGP-M sobre o custo da Parcela B e 20,43% oriundos dos custos da Parcela B. O IGP-M é o índice que baliza os reajustes do setor elétrico.

Outra coisa que, na interpretação de Alcoforado, pode causar impacto nas tarifas são os leilões da chamada energia velha. O Governo vai leiloar 25% da energia contratada inicialmente entre geradoras e distribuidora, que já foi parcialmente ou totalmente amortizada. "Se a energia for vendida a um preço maior do que o praticado pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), vamos ficar no prejuízo", sentencia Roberto Alcoforado.


Acordo deverá alterar metas
BRASÍLIA e RIO - O acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) atropelou a sucessão e vai obrigar os candidatos à Presidência a reverem as metas previstas em seus programas de governo. Com a necessidade de manter um superávit primário de 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos - e não apenas no primeiro, como previam os candidatos - qualquer Governo terá que apertar o cinto, limitando os investimentos nas áreas social e de infra-estrutura. Os candidatos ainda relutam a admitir nos palanques que terão de reduzir, por exemplo, a meta de criação de novos empregos. Mas seus assessores econômicos já deixam claro que o aperto fiscal os obrigará a rever metas.

As metas de emprego - dez milhões no programa do petista Luiz Inácio Lula da Silva e oito milhões no do tucano José Serra - são um bom exemplo de promessa que não deverá sair do papel. Sua realização depende do crescimento da economia que, no caso do Brasil, está atrelado à necessidade de fortes investimentos externos quando esse não é o cenário mais provável numa economia internacional em retração.

Um dos coordenadores do programa econômico de Lula, o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) já admite que a revisão de algumas metas pode acontecer de fato, uma vez que a margem de manobra do próximo governo, sobretudo no seu primeiro ano, vai ser muito pequena. "O começo é sempre difícil e a herança deixada pelo Governo Fernando Henrique Cardoso será muito perversa. O programa de governo do próximo presidente só se materializará a partir do cenário da posse. Mas tudo indica que teremos restrições bastante severas".

Por enquanto, o deputado considera temerário fazer qualquer tipo de projeção diante das incertezas do quadro econômico. Para Mercadante, o acordo com o FMI dará um oxigênio extra para a economia brasileira, mas não será suficiente para conter definitivamente o clima de instabilidade. A expectativa no partido, no entanto, é de que a cotação do dólar dentro de mais alguns dias vá se acomodar na faixa dos R$ 3, garantindo uma maior tranqüilidade tanto para o mercado financeiro como para a campanha eleitoral.

O crescimento da economia, que deverá alcançar menos de 2% do PIB este ano, dificilmente dará um salto para os números que propõem os candidatos - 5% no caso de Lula e Ciro, e 4,5% no de Serra. Integrante da equipe que elaborou o programa de governo do tucano José Serra, o economista José Roberto Afonso reconhece que dificilmente poderá ser cumprida, no primeiro ano de mandato, a meta de crescimento da economia de 4,5% ao ano. "A meta de crescimento de 4,5% ao ano é uma média dos quatro anos de governo. Vamos crescer menos no primeiro ano e mais no final", afirma Afonso.

O candidato do PPS, Ciro Gomes, só vai apresentar seu programa de governo definitivo no início de setembro, mas ele adianta que não vai trabalhar com "metas mirabolantes" e que não deve incluir na proposta qualquer meta de criação de empregos. Mesmo com todos esses cuidados, Ciro terá que demonstrar como fará para pagar um sal


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