Aumento do número de senadoras entusiasma movimento feminista



A partir de 2003, 12,3% das cadeiras do Senado e 8,2% das da Câmara dos Deputados serão ocupadas por mulheres. O momento é de comemoração para representantes do movimento de defesa dos direitos da mulher, diz a diretora colegiada do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Almira Rodrigues. Mesmo tendo alcançado percentuais ainda muito abaixo dos ocupados pelas mulheres na sociedade - são 51% das eleitoras -, os resultados são positivos, na opinião de Almira. -Temos que comemorar muito cada mulher que consegue-, disse.

O número de mulheres candidatas nessa eleição não chegou nem aos 30%, percentual mínimo garantido por cotas destinadas por lei em todos os partidos políticos para o sexo com menos candidatos. Mas esses números desfavoráveis, de acordo com Almira, refletem uma situação complexa: as mulheres candidatas precisam enfrentar um território essencial e historicamente masculino.

Almira ressaltou que as mulheres foram historicamente excluídas do âmbito público e direcionadas para o familiar. -É preciso lembrar que conquistaram o direto ao voto há apenas 70 anos-, acentuou, apontando que, além disso, têm como porta de entrada no mundo da política os partidos, estruturas também masculinas. Tudo isso, a seu ver, para depois enfrentar um processo eleitoral competitivo, excludente e elitista, que favorece quem já está no poder. -A mulher que entra no território da política tem que fazer um esforço extra para unir o projeto familiar ao público-, acrescentou Almira.

A diretora do Cfemea considera que o resultado das eleições do Senado - o número de senadoras passará de cinco para 10 -, do ponto de vista feminista, garantirá um salto de qualidade -A expectativa é que se consiga avançar muito, não só em termos de legislação, mas que a nova bancada consiga sensibilizar o Senado, tornando a Casa mais feminista-, disse. Almira lamentou apenas a não reeleição da senadora Emilia Fernandes (PT-RS), uma atuante ativista dos direitos da mulher.

Almira analisou ainda que o expressivo número de senadoras petistas - de 10 no total, seis pertencem ao partido - é reflexo de uma política de cotas adotada por iniciativa do partido desde 1991. Depois as cotas foram determinadas por lei. As outras senadoras serão do PFL (duas), PPS (uma) e PSDB (uma).

A diretora do Cfemea apontou também que em oito estados as mulheres foram as candidatas mais votadas para a Câmara e em seis estão entre os primeiros colocados.




10/10/2002

Agência Senado


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