Requião se entusiasma com declarações do presidente Lula da Silva



Ao fazer um balanço das atividades da representação brasileira da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul (CPCM) durante o ano de 2002, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente do colegiado, manifestou sua satisfação diante das declarações do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, durante recentes visitas à Argentina e ao Chile, sobre a sua intenção de dar prioridade à reconstrução do Mercosul.

Segundo Requião, no Brasil e em demais países da América do Sul existem pesadas críticas em relação à Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e grande disposição de procurar mais integração por meio do Mercosul e do Pacto Andino.

- Precisamos afinar nossos discursos. Todos queremos integração, mas sem exploração. A América Latina precisa sair da periferia da história, deixando de ser presa fácil de organizações externas com planos que significam, na prática, mais miséria para nossos povos. Somente por meio de maior coesão entre nós será possível negociar a entrada na Alca com chances de sucesso - alertou.

Como exemplo das dificuldades que a América do Sul enfrenta em relação aos Estados Unidos, Requião citou as pressões que estão surgindo em função de denúncias sobre supostas atividades de terrorismo na região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Para ele, essa atitude radical está trazendo prejuízos enormes ao turismo e à hotelaria da região.

Como meio de reforçar a integração da região, a CPMC aprovou recomendação ao Conselho do Mercado Comum para um desenvolvimento econômico nessa área, uma vez que envolve a maior população de fronteira. A recomendação inclui estímulo à implantação de parques temáticas e centros de entretenimento, como etapa inicial para a consolidação do Pólo Turístico Internacional Iguaçu, criado por resolução do Mercosul, em 1997.

REUNIÕES

Em 2002, foram realizadas duas Reuniões Plenárias dos quatro países membros do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai: a reunião realizada em julho, em Buenos Aires, quando a presidência passou a ser exercida pelo Brasil, e a realizada em Brasília, na primeira semana de dezembro. Ao final desta reunião, a presidência do grupo passou para as mãos do Paraguai.

Durante o ano, a representação brasileira da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, formada de 10 senadores e 10 deputados, realizou seis reuniões ordinárias em Brasília, dez reuniões extraordinárias no exterior, dois seminários, uma audiência pública e uma semana de exposição sobre o Potencial de Desenvolvimento da Tríplice Fronteira, além de reuniões com o Itamaraty e Embaixadas dos países-membros.

Durante as reuniões ordinárias realizadas em Brasília, a Comissão aprovou 13 proposições, entre requerimentos, acordos internacionais e projetos de lei. O tema mais abordado nas reuniões foi a necessidade de consolidação do Mercosul, tendo em vista os problemas advindos da implantação da Alca. Durante o ano de 2003, prevê-se que o tema continuará a ser o mais debatido.



24/01/2003

Agência Senado


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