Azeredo manifesta preocupação com aumento dos problemas comerciais entre Brasil e Argentina



A criação de uma taxa simbólica sobre as transações comerciais dos países do Mercosul - proposta pelo ex-presidente da Argentina Eduardo Duhalde - pode ser um bom começo para a solução dos problemas de relacionamento entre os países do bloco. A opinião é do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que ressaltou preocupação com o aumento dos problemas comerciais entre Brasil e Argentina nas últimas semanas. O exame da situação, para ele, deve ir além da busca de soluções imediatas e pontuais.

- Afinal, o Mercosul precisa contar com recursos para reduzir as assimetrias entre os países que integram o bloco, para financiar a construção de instituições que o fortaleçam, como o Parlamento Comum e o Tribunal de Resolução de Controvérsias, bem como para ampliar e melhorar a infra-estrutura de transporte, logística e segurança exigida por uma autêntica integração - argumentou o parlamentar por Minas Gerais.

No próximo dia 20 de dezembro, registrou Eduardo Azeredo, deverá ser realizada em Ouro Preto nova reunião dos presidentes das nações do Mercosul. Denominada de "Ouro Preto 2", a reunião, na opinião do parlamentar, poderá ser tão importante quanto a que formalizou a criação do organismo, por representar a oportunidade para o desenvolvimento institucional do bloco.

As turbulências que acontecem no relacionamento comercial Brasil-Argentina geram uma crise no bloco que, ao que tudo indica, na avaliação de Eduardo Azeredo, é benigna. Ele apontou, contudo, a necessidade de que até dezembro as relações entre os dois países sejam reexaminadas, com a busca de soluções mais perenes. As divergências comerciais entre as duas nações podem ser muito danosas, adverte ele, neste momento em que o Mercosul e a União Européia vão retomar as negociações, após o impasse registrado semanas atrás.

- O Brasil ter alcançado os recentes avanços na Organização Mundial do Comércio significou um passo decisivo do país rumo a possíveis êxitos nas negociações com a União Européia e com a Alca. Não conseguir similar progresso e estabilização no intercâmbio com a Argentina seria colocar a perder não somente o Mercosul, mas tudo isso - alertou.

A freqüência com que vêm ocorrendo restrições no comércio Brasil-Argentina, pondera Azeredo, é sintoma de que há necessidade de novo diálogo e negociação. Ele considera legítimo que a Argentina e seus empresários busquem defender os chamados pontos sensíveis de sua economia, mas alega que a solução dos problemas, cuja origem não considera ser responsabilidade do Brasil, deve ser debatida e efetuada no quadro da realidade do Mercosul, das obrigações e compromissos que o bloco impõe a todos os parceiros.



23/09/2004

Agência Senado


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