Banco Central divulga relatório de estabilidade financeira
O Banco Central divulgou nesta terça-feira (12) o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), referente ao segundo semestre de 2010. O REF é uma publicação semestral que descreve a evolução do Sistema Financeiro Nacional (SFN), apresenta os resultados de análises da sua recuperação a eventuais choques e avalia as suas perspectivas de evolução.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelos países desenvolvidos, o cenário para a economia brasileira no segundo semestre de 2010 continuou positivo, marcado por forte expansão da atividade econômica e do crescimento do crédito. No período, os bancos captaram recursos suficientes para continuar a financiar a expansão das carteiras e, ao mesmo tempo, manter estoques elevados de ativos líquidos.
O crescimento do crédito às famílias foi sustentado por modalidades de menores taxas e risco, e com prazos mais longos, portanto, contribuindo para relativa estabilidade do comprometimento de renda com serviço da dívida. Por outro lado, o crescimento do crédito contínuo e acelerado motivou a publicação de um conjunto de medidas de natureza macroprudencial para suavizar potenciais riscos à estabilidade do SFN, permitindo a continuidade do desenvolvimento sustentável do mercado de crédito.
No período descrito, o sistema apresentou rentabilidade satisfatória e grande expectativa, uma vez que o aumento da exposição ao risco dos ativos, principalmente pelo aumento da carteira de crédito, foi acompanhado pela incorporação de lucros, mantendo a sustentabilidade e a qualidade da base de capital. Os testes de estresse mostraram que, mesmo em cenários extremos de deterioração da situação macroeconômica, o Índice de Basiléia do sistema se manteria superior ao estabelecido na regulamentação.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) também funcionou de forma adequada, considerando aspectos de risco e de eficiência.
No curto e médio prazos, importantes modificações serão incorporadas a estrutura prudencial brasileira, como as recomendações de Basileia III; a elevação do requerimento de capital para determinadas modalidades de operações de crédito; a redução gradual do limite para captação de depósitos com garantias especiais; e alteração dos procedimentos para a classificação e registro contábil de operações de venda ou de transferência de ativos financeiros.
De forma geral, dada a atual situação de capitalização e liquidez, bem como a lucratividade do sistema, espera-se que os bancos brasileiros sejam capazes de se adaptar às novas medidas sem que ocorram mudanças relevantes em suas estratégias de negócios.
Fonte:
Banco Central
12/04/2011 15:36
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