BC diz que cenário é favorável para cumprimento da meta de superavit primário



Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, o cenário é favorável para cumprimento da meta de superavit primário, economia feita para pagamento de juros da dívida pública, no ano de 2011. A declaração foi feita nesta sexta-feira (30).

De janeiro a agosto desse ano, segundo Maciel, o resultado primário ficou em R$ 96,540 bilhões, quase 75% da meta de 2011, que é R$ 127,9 bilhões. Esse é o segundo maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 2001, perdendo apenas para o resultado de janeiro a agosto de 2008, que foi de R$ 100,777 bilhões.

Nos 12 meses encerrados em agosto, o superavit primário registrou R$ 149,455 bilhões, o que corresponde a 3,78% do Produto Interno Bruto (PIB), tudo que o País produz. De acordo com o chefe do BC, se for retirado dessa conta o efeito da capitalização da Petrobras no ano passado, o resultado primário em relação ao PIB fica em 3,1%. Isso porque, em setembro de 2010, o superavit primário foi influenciado pelo recebimento de receitas da exploração de petróleo, pagas pela Petrobras, em montante superior às despesas com a capitalização da empresa.

Tulio Maciel afirma que os resultados do superavit primário no acumulado do ano e em 12 meses “mostram números muito favoráveis”, mesmo com a expectativa de aumento de gastos públicos no final do ano para pagamento de benefícios previdenciários e do décimo terceiro salário.

Em agosto, o superavit primário registrou R$ 4,561 bilhões, número menor do que o obtido nos meses de junho (R$ 13,370 bilhões) e julho (R$ 13,789 bilhões). O resultado de agosto é o mais baixo para o período desde 2003, quando foram registrados R$ 3,955 bilhões.

Maciel argumentou que é normal haver oscilações ao longo dos meses e disse ainda que o desempenho dos governos regionais – estados e municípios – tem sido “bem melhor este ano”, devido ao aumento de transferências de recursos da União e crescimento da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

De janeiro a agosto, os governos regionais registraram superavit primário de R$ 26,458 bilhões, contra R$ 18,014 bilhões registrados no mesmo período de 2010. As empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superavit primário de R$ 1,744 bilhão, contra R$ 1,930 bilhão nos oito meses de 2010.

Segundo o BC, os gastos com o pagamento de juros da dívida foram os mais altos da série para agosto (R$ 21,663 bilhões) e nos oito meses do ano (R$ 160,207 bilhões). No ano, a explicação para o crescimento dos gastos com juros é o patamar da taxa básica de juros, a Selic, e a maior variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicadores que incidem sobre parcela significativa dos títulos federais.

Nos 12 meses encerrados em agosto, os gastos com juros ficaram em R$ 230,531 bilhões, o que corresponde a 5,83% do PIB, o percentual mais alto desde agosto de 2008 (6,11%).


Fonte:
Agência Brasil



30/09/2011 17:11


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