BENEDITA QUER MOBILIZAÇÃO POR DIREITOS DE TRABALHADORAS RURAIS



Ao registrar a passagem do Dia Mundial da Mulher Rural, no último dia 15, a senadora Benedita da Silva (PT-RJ) defendeu o desenvolvimento de um projeto de mobilização social pelos direitos de cidadania da trabalhadora no campo. A seu ver, a ação pela cidadania deve passar pelo atendimento de necessidades básicas da trabalhadora rural, como a confecção de documentos pessoais e trabalhistas.

Conforme Benedita, dos 18,5 milhões de trabalhadoras rurais brasileiras, apenas 3 milhões têm a profissão reconhecida. "A falta de carteira de trabalho assinada é o maior fator de exclusão dos direitos previdenciários", disse.

A senadora destacou algumas das discriminações que atingem as trabalhadoras rurais e precisam ser combatidas: salário menor que o pago aos homens para as mesmas tarefas; utilização, pelos patrões, do trabalho dos seus filhos menores; exigência de esterilização; e o fato de ser a sua atividade considerada como complemento ao trabalho do homem.

Benedita da Silva acentuou que o alto índice de nascimentos de crianças mortas revela as condições de saúde da trabalhadora rural. A seu ver, a jornada de trabalho a elas atribuída também contribui para fragilizar-lhes a saúde. "A trabalhadora rural faz dupla jornada, cuida da casa e trabalha na roça. A metade delas não tem sequer um dia de repouso semanal e a maioria começa a trabalhar antes dos 10 anos de idade", afirmou.



17/10/1997

Agência Senado


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