Biocombustíveis e petróleo na agenda de negócios com países nórdicos
Biocombustíveis e petróleo estarão entre as prioridades dos novos embaixadores brasileiros junto à Suécia e à Noruega, ministros de primeira classe Leda Lúcia Martins Camargo e Carlos Henrique Cardim, cujas indicações receberam, nesta quinta-feira (2), parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). As duas mensagens presidenciais serão agora examinadas em Plenário.
A embaixadora Leda Lúcia - cuja indicação teve como relator o senador Pedro Simon (PMDB-RS) - ressaltou a importância do Memorando de Entendimentos Brasil-Suécia na Área de Bioenergia, que entrou em vigor em 2009 e prevê estímulo à produção de etanol em terceiros países, especialmente na África.
Ela informou que um grande importador sueco já está trabalhando no projeto de produção de álcool em Moçambique e na Tanzânia. Por outro lado, observou, a empresa sueca Scania passará a produzir em São Paulo ônibus semelhantes aos 650 veículos movidos a etanol brasileiro que já circulam em Estocolmo. O Brasil é deficitário no comércio bilateral - US$ 1,6 bilhão em importações e US$ 1,1 bilhão em importações em 2008. Mas, a seu ver, as vendas brasileiras de etanol podem ajudar a reduzir a diferença.
- Podemos ter maior presença com produtos ecológicos e biocombustíveis - previu a embaixadora.
Durante o debate, o senador Alfredo Cotait (DEM-SP) pediu à embaixadora que estimule e presença de autoridades suecas durante evento previsto para o próximo ano, em São Paulo, que reunirá prefeitos das maiores cidades do mundo para discutir a questão do meio ambiente. Por sua vez, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) elogiou a preocupação da embaixadora com as reivindicações dos estados brasileiros nas relações com os demais países.
Petróleo
Indicado para a vizinha Noruega, Cardim - que teve como relator o senador Marco Maciel (DEM-PE) - defendeu maior intercâmbio de informações com o país nórdico a respeito do fundo criado pelo governo norueguês para administrar as receitas provenientes das exportações de petróleo. Ele lembrou que o fundo estabelecido pela Noruega, quinto maior exportador de petróleo, foi tomado como referência pelo governo brasileiro para a criação de um fundo semelhante destinado a gerir as receitas a serem obtidas com as vendas de petróleo extraído da camada pré-sal da plataforma brasileira.
Ao comentar o fundo, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) admitiu a necessidade de os estados produtores de petróleo contarem com uma compensação diferenciada, na forma de royalties, mas alertou para a necessidade de o pré-sal beneficiar os "190 milhões de brasileiros".
Cardim lembrou que Brasil e Noruega têm experimentado uma grande aproximação ao longo dos últimos anos. E informou que o governo norueguês pretende lançar, até abril de 2011, a Estratégia Brasil, uma iniciativa destinada a aprofundar o relacionamento bilateral. A estratégia destinada exclusivamente ao Brasil será lançada depois de iniciativas semelhantes destinadas à Índia e à China nos últimos anos. Na opinião do embaixador, que também representará o Brasil junto à Islândia, o governo brasileiro poderia pensar na adoção de uma estratégia para a Noruega.
02/12/2010
Agência Senado
Artigos Relacionados
CI debate neste momento petróleo e biocombustíveis
Parlamentares de 16 países discutem em São Paulo futuro dos biocombustíveis
CI debate diferenciais estratégicos brasileiros do etanol, petróleo e biocombustíveis
Brasil vai ajudar países do oeste africano a produzirem biocombustíveis
Osmar Dias: Opiniões contrárias aos biocombustíveis são patrocinadas por produtores de petróleo
Especialistas pedem planejamento de longo prazo para petróleo e biocombustíveis