Bolsa Família pode trazer benefícios para a Índia, segundo Marcelo Neri
Em exposição feita, nesta quinta-feira (4), no Seminário “Índia e Brasil: uma parceria para o século XXI”, o ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e presidente do Ipea, Marcelo Neri, afirmou que o Bolsa Família deveria ser aproveitado pela Índia. Isso porque, segundo ele, tem apresentado resultados importantes para a inclusão social e a redução da pobreza no País.
O ministro disse que um dos aspectos mais importantes para a redução da pobreza no Brasil (queda de 70% em 11 anos) foi, primeiramente, a renda proveniente do trabalho e, em seguida, o programa Bolsa Família.
Neri lembrou que, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2012, divulgada recentemente pelo Ipea, o Brasil já cumpriu uma das metas do milênio estipuladas pela Organização das Nações Unidas (ONU): a que prevê a redução de metade da taxa de pobreza num período de 25 anos. Em 2003, havia 40,9 milhões de pessoas em situação de pobreza no país, número que foi reduzido para 19,1 milhões em 2012.
“Gostaria de chamar a atenção para esse modelo brasileiro que combina crescimento com redução da desigualdade. Um aspecto importante é que metade da redução das desigualdades (55%) se deu em função da renda do trabalho. E, entre os programas de transferência de renda, dou o destaque ao Bolsa Família, que é a segunda causa mais importante para a diminuição dessas disparidades sociais”, disse Marcelo Neri.
Ele ressaltou ainda que, em relação aos outros programas de governo, o Bolsa Família é o mais vantajoso, uma vez que possui um dos mais baixos custos fiscais. “O custo-benefício deste programa é muito maior: o custo fiscal dele é um dos menores, com 0,4% do PIB, e atinge 25% da população mais pobre, impactando muito mais nas desigualdades do que as outras alternativas de políticas sociais”, acrescentou.
Entre outros pontos, os participantes do seminário debateram o aprofundamento das relações de cooperação entre os dois países, com a construção de uma agenda bilateral mais voltada para as trocas de experiências culturais e de conhecimento.
“Em termos diplomáticos, são poucas as áreas que não temos um tipo de cooperação importante com a Índia. Mas pensamos sempre em aspectos econômicos para definir essas parcerias, e falta desenvolver algumas relações bilaterais mais voltadas para o campo das ideias e do conhecimento, uma vez que ambos os países reúnem grandes acadêmicos e intelectuais”, sugeriu o embaixador brasileiro José Vicente de Sá Pimentel.
O embaixador da Índia no Brasil, Ashok Tomar, destacou a importante relação entre Brasil e Índia e também defendeu o estabelecimento de uma cooperação mais abrangente. “O Brasil é o nosso parceiro mais importante. Em termos comerciais, a Índia investe em diversos setores no Brasil, como mineração e siderurgia. Nosso objetivo é estender essa parceria a outros níveis, por meio de uma cooperação mais próxima e mais profunda”, disse.
Fonte:
Secretaria de Assuntos Estratégicos
04/10/2013 11:14
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