Brasil, Angola e FAO assinam acordo de cooperação



A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e os governos de Brasil e Angola assinaram, na tarde da última segunda-feira (20), em Roma (Itália), um acordo de cooperação que deverá fortalecer a atuação de instituições públicas de pesquisa agrícola angolanas.

O objetivo geral do projeto de cooperação técnica assinado é ampliar a capacidade de pesquisa e inovação dos Institutos de Investigação Agronômica (IIA) e Veterinária (IIV) do país e, dessa forma, contribuir para a segurança alimentar e o desenvolvimento da agricultura nacional de Angola. A iniciativa é parte do Programa Brasil-FAO de Cooperação Sul-Sul Triangular.

Com duração de dois anos, as atividades do projeto serão desenvolvidas a partir de fevereiro próximo pelas seguintes instituições cooperantes: Ministério da Agricultura de Angola, IIA, IIV, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Embrapa. O orçamento é estimado em US$ 3 milhões.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) executará o projeto, garantindo o desenvolvimento técnico das atividades, por meio de seus especialistas, e também organizando treinamentos de técnicos angolanos no Brasil e em Angola. A coordenação será responsabilidade da ABC. A FAO, por sua vez, se encarregará da execução financeira e também contribuirá na condução técnica de algumas atividades.

Com cerca de 18 milhões de habitantes, Angola é rica em petróleo e minerais, especialmente diamantes e minério de ferro. As principais indústrias são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. O setor de agricultura, silvicultura, pecuária e pesca contribui com 10% do PIB angolano.

Além de abundantes recursos naturais, o território possui extensas áreas de solos férteis e aráveis, sendo um dos países com maior potencial produtivo na África subsaariana.

A pesquisa agropecuária em Angola é desenvolvida principalmente nas estações experimentais de Chianga, na província do Huambo, que dispõe de infraestruturas e equipamentos de laboratório, e de Malanje, no norte. O IIA possui ainda sete estações experimentais. Já o IIV dispõe de sete laboratórios regionais de veterinária.

Para o pesquisador Pedro Arcuri, representante da Embrapa na assinatura do acordo, o projeto é uma oportunidade de levar para Angola os conhecimentos e a experiência acumulados nos últimos 40 anos pela pesquisa agropecuária no Brasil. “Nosso objetivo é contribuir para a segurança alimentar e o desenvolvimento agrícola de outros países do hemisfério sul”, explica o articulador da Embrapa junto a entidades multilaterais, regionais e nacionais na Europa.  

A Embrapa executa, desde 2010, uma iniciativa semelhante em Moçambique, o projeto Plataforma, que visa ampliar a capacidade de pesquisa e inovação do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).

Fonte:
Embrapa



23/01/2014 10:38


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