Brasil cresce com solidez fiscal e controle da inflação, segundo Ministério da Fazenda



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou nesta terça-feira (26), durante exposição na 37ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, uma série de medidas para moderar o crescimento e conter a inflação. Segundo o ministro, enquanto a inflação de commodities depende do mercado internacional, o governo trabalha para impedir o contágio em uma economia aquecida e com a utilização de diversas armas contra a inflação nos âmbitos monetários e fiscais, entre elas o estímulo ao aumento da oferta agrícola e o corte de despesa pública. 

Mantega iniciou a exposição citando medidas de consolidação fiscal adotadas pelo governo brasileiro: reversão dos estímulos econômicos 2009/2010; corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos; redução do gasto público para expandir o investimento e abrir caminho para a redução dos juros básicos; e despesas do governo crescendo menos do que o Produto Interno Bruto (PIB). 

Em seguida, o ministro apresentou dados do resultado primário do Governo Central em março passado comparado com igual período de 2010, quando o País saiu de deficit de R$ 4,5 bilhões (março 2010) para superavit de R$ 9,1 bilhões (março 2011). Deste modo, apenas em três meses do ano em curso o resultado primário do Governo Central atingiu R$ 25,5 bilhões, bem acima dos R$ 22,9 bilhões do primeiro quadrimestre do ano passado. 

“Estamos cumprindo a tese de a despesa crescer menos que o PIB nominal. Do ponto de vista fiscal, o País está sólido”, assegurou Mantega. 

Ainda na avaliação da economia nacional, o ministro destacou também a atuação no sentido de reduzir a expansão do crédito e moderar o crescimento da demanda pelo real. Isso resulta na redução seletiva do consumo sem a diminuição do investimento. O ministro assegurou que em 2011 continuarão os estímulos aos investimentos. “Reduzimos a expansão do crédito sem matar a galinha dos ovos de ouro”, explicou. 

No que diz respeito aos investimentos, Mantega disse que somente o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) prevê recursos totais de R$ 1,586 trilhões, sendo R$ 955 bilhões entre 2011 e 2014 e R$ 631,4 bilhões após 2014. São obras nos setores de habitação, transporte, água e saneamento básico, energia, além de outras obras de urbanização das cidades. 

Para o ministro, este cenário otimista projeta o crescimento do PIB em 4,5% para este ano e seguindo trajetória de alta de 0,5% em 2012 (5%) e 2013 (5%), mantendo a mesma expansão em 2014, ou seja, 5,5%. Deste modo, Mantega previu também que a oferta de emprego no País seguirá em alta implicando inclusive no aumento da massa salarial. Mas admitiu que existem desafios para o setor, como a educação e a qualificação da mão de obra. 

O ministro também expôs sobre a questão do câmbio. Segundo ele, a partir de outubro de 2009 o Brasil adotou medida de taxar o capital externo (renda fixa e variável). Em seguida, conforme explicou, o governo agiu em outras frentes como forma de impedir o excesso de capitais especulativos, sobrevalorização do real e guerra cambial. As medidas apresentadas resultaram em moderar a valorização do real frente ao dólar bem como moderar a entrada de capitais especulativos. “Se não fosse isso o dólar já estaria abaixo de R$ 1,40”, informou o ministro. 

Ao encerrar a palestra, o ministro da Fazenda apresentou série de resultados para o sucesso da política brasileira: “ajustes estão sendo realizados com sucesso; terão resultados no curto, médio e longo prazos; não interrompem o ciclo de crescimento; e criam condições para a continuidade do crescimento sustentável, com inflação sob controle e solidez fiscal”. 

 

Fonte:
Blog do Planalto



26/04/2011 17:27


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