Brasil é líder mundial em pesquisa em medicina tropical, destaca revista britânica



Artigo publicado na edição de janeiro da revista britânica The Economist traz o Brasil como líder internacional em pesquisa em medicina tropical. O título sugere que o País é destino promissor para jovens cientistas do mundo todo: “Go south, young scientist” (algo como: vá para o sul, jovem cientista)

A reportagem destaca que dois fatores favorecem o reconhecimento do País: a existência de uma comunidade científica atuante e de o alto investimento financeiro do governo em pesquisa, que, atualmente, é de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). O total corresponde a quase o dobro da média dos demais países da América Latina.

Esses investimentos, segundo a GFinder List — instituição inglesa que realiza levantamento anual de pesquisas— colocam o Brasil, hoje, no topo da lista de países que financiam pesquisa em dengue, doença classificada pelo Ministério da Saúde como doença infecciosa da pobreza, junto com a doenças de Chagas e a Malária, entre outras. De 2003 a 2009, o ministério investiu R$ 82,4 milhões em centenas de projetos nesta área.

Visibilidade internacional

A atuação brasileira na área também chama a atenção dos financiadores do mundo no área de Pesquisa e Desenvolvimento(P&D) saúde. Em 2010, o Ministério da Saúde foi convidado pela Bill & Melinda Gates Foundation para uma reunião em Washington com as maiores instituições internacionais que financiam P&D.

“Eles queriam principalmente entender os mecanismos utilizados pelo Brasil para incentivar a realização de pesquisas a respeito de doenças negligenciadas – uma área não muito atraente para a indústria farmacêutica, pelo reduzido potencial de retorno lucrativo, uma vez que a população atingida é de baixa renda e presente, em sua maioria, em países em desenvolvimento”, afirma a diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Leonor Pacheco, que representou o ministério no evento.

O número de pesquisadores brasileiros e de publicações em revistas científicas também está crescendo. São formados anualmente 10 mil PhDs – dez vezes mais do que 20 anos atrás. Entre 2002 e 2008, a participação de pesquisadores brasileiros na publicação de artigos científicos cresceu de 1,7% para 2,7%.

Doenças negligenciadas

Em 2006, o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas no Brasil, do Ministério da Saúde com o Ministério da Ciência e Tecnologia, estabeleceu sete doenças negligenciadas para serem prioridades de atuação: dengue, doença de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquitossomose e tuberculose. Por meio deste programa, foram financiados 140 projetos.

Outro projeto brasileiro é o investimento na organização de redes de pesquisa em áreas específicas, como a Rede Malária, que agrega competências de regiões distintas do País para o enfrentamento da doença.

O objetivo é estimular o intercâmbio entre instituições que concentram competências, a integração entre pesquisadores e o compartilhamento de infraestrutura.

Fonte:
Ministério da Saúde



24/02/2011 19:09


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