Brasil envia 53 mil toneladas de alimento a países africanos com seca severa
O Ministério das Relações Exteriores informou nessa quinta-feira (28) que o Brasil enviará 53 mil toneladas de alimentos para países da região conhecida como Chifre da África, que fica no Nordeste do continente. A expectativa é que dois grandes navios graneleiros deixem o País nos primeiros dias de setembro. Segundo o Itamaraty, o motivo da doação é o agravamento da seca que atinge a região.
A Somália receberá 38 mil toneladas, enquanto 15 mil toneladas serão encaminhadas a campos de refugiados na Etiópia.
De acordo com o coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Itamaraty, Milton Rondó Filho, inicialmente, os países receberão apenas feijão e milho. “A doação já era prevista, mas foi antecipada devido à piora da crise da seca. A declaração de fome [emitida pela Organização das Nações Unidas, a ONU] é da semana passada, mas já notamos que estava havendo deterioração na região”, disse Rondó.
O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) vai intermediar a doação. Até agora, o Brasil embarcou 2,4 mil toneladas de feijão para o Haiti. De acordo com a ONU, a doação que será encaminhada aos países do Chifre da África equivale a R$ 34,5 milhões em alimentos, a décima em uma lista de 30 países.
Remessas de agosto
Além das remessas para combater a seca, o Brasil também fará envios durante o mês de agosto para Haiti, Moçambique, Zimbábue e Sudão. De acordo com o Itamaraty, a expectativa é que os alimentos cheguem aos portos de Rio Grande (RS) e São Francisco do Sul (SC) entre esta sexta-feira (29) e meados de agosto. A partida dos navios ocorre, em geral, até 15 dias depois.
A remessa de 2,9 toneladas de feijão ensacado com destino a Moçambique deve chegar nesta sexta-feira (29) ao Porto de São Francisco do Sul. O porto também deve receber a segunda leva de feijão destinada ao Haiti, 7,1 mil toneladas. Até agora, o Brasil já embarcou 2,4 mil toneladas do produto para o país da América Central.
Em agosto, o Brasil irá preparar a logística para enviar 15 mil toneladas de arroz a granel para o Haiti, 4 mil toneladas de arroz ensacado para Moçambique, 1,5 mil tonelada de feijão ensacado para o Zimbábue e 3,5 mil toneladas de feijão ensacado para o Sudão.
Metas
As doações de alimentos em estoque público para assistência humanitária internacional são previstas por uma lei que entrou em vigor em junho. Ela autoriza o governo a doar, até junho do ano que vem, 500 mil toneladas de arroz, 100 mil toneladas de feijão, 100 mil toneladas de milho, 10 mil toneladas de leite em pó e uma tonelada de sementes de hortaliças.
Além dos países já citados, a lei permite doações para a Bolívia, El Salvador, a Guatemala, Nicarágua, Cuba, a República Centro-Africana, o Congo, o Níger e a Coreia. Também foi autorizado o embarque para os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e para a Autoridade Nacional Palestina. A coordenação das doações cabe ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) em parceria com o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA).
Fonte:
Agência Brasil
29/07/2011 13:17
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