Brasil envia sementes de feijão para caixa-forte da Noruega



O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Mauricio Lopes, depositou na última terça-feira (25), 514 acessos de feijão (Phaseolus vulgaris) que irão se juntar a mais de 20.000 culturas provenientes de mais de 100 países que também chegam esta semana no Silo Global de Sementes de Svalbard (SGSV).

Nesta viagem à Noruega, Mauricio também foi empossado como um dos seis novos membros do conselho executivo do Fundo Global da Diversidade Agrícola (Global Crop Diversity Trust).

Em 2012, a Embrapa havia enviado ao banco nórdico 264 acessos de milho e 541 acessos de arroz. A iniciativa é decorrente do acordo assinado entre a Embrapa e o Real Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega, em 2008. Atualmente, o Silo Global guarda tesouros como amostras que incluem desde uma coleção universitária de cevada vinda do Japão até um quiabo vermelho exótico do Tennessee.

A caixa forte norueguesa tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes. O conjunto arquitetônico conta com três câmaras de segurança máxima situadas ao final de um túnel de 125 metros dentro de uma montanha em uma pequena ilha do arquipélago de Svalbard situado no paralelo 780 N, próximo do Polo Norte. Atualmente são 820.619 amostras .

As sementes são armazenadas a 20ºC abaixo de zero em embalagens hermeticamente fechadas, guardadas em caixas armazenadas em prateleiras. O depósito está rodeado pelo clima glacial do Ártico, o que assegura as baixas temperaturas, mesmo se houver falha no suprimento de energia elétrica. O frio e a baixa umidade garantem a mínima atividade metabólica, mantendo a viabilidade das sementes por um milênio ou mais.

Coleções nucleares

Segundo o pesquisador Paulo Hideo, responsável pelo Banco de Arroz e Feijão da Embrapa, o termo coleção nuclear, também conhecido no meio científico como core collection, é utilizado para definir um grupo limitado de acessos derivados de uma coleção vegetal, escolhido para representar a variabilidade genética da coleção inteira.

Tradicionalmente, as coleções nucleares são estabelecidas com tamanho inferior a 10% dos acessos de toda a coleção original e incluem aproximadamente 70% do acervo genético.

“São coleções pequenas, mas estratégicas. Apesar do número reduzido de acessos, representam grande parte da variabilidade genética das espécies vegetais e normalmente não contém duplicatas”, explica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), Marília Burle.

A seleção dos acessos para a coleção nuclear de feijão enviada ao Banco de Svalbard é resultado de diferentes modelos biométricos de amostragem. Esses modelos deram origem a várias coleções que foram comparadas entre si e escolhida a mais robusta, ou seja, a mais representativa.

Na verdade, as coleções nucleares são recomendadas pelo Banco de Svalbard, como deixou claro o coordenador de operações, Ola T. Westengen, visto que garantem a conservação das espécies e ocupam menos espaço no banco, que tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes de todas as partes do mundo.

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Fonte:
Embrapa



28/02/2014 11:48


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