Brasil mostra avanços no tratamento das questões raciais em reunião na ONU
Os avanços do Brasil nos últimos dez anos no tratamento das questões raciais serão a tônica do discurso que a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), faz nesta quinta-feira (22), em Nova York, na reunião sobre os dez anos da Conferência da Durban, realizada na África do Sul. A reunião faz parte da 66ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
A ministra pretende destacar o pioneirismo do Brasil no tratamento das questões raciais durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o compromisso da presidenta Dilma Rousseff de manter essas conquistas. Entre os avanços a serem citados está a criação da própria secretaria, que tem status de ministério e representa um dos compromissos assumidos em Durban.
Luiza Bairros terá um discurso de incentivo para que outras nações sigam o exemplo do Brasil, criando pastas específicas para tratar do assunto, política adotada, segundo ela, pelo próprio governo na relação com os estados e prefeituras.
A implantação das cotas raciais também será lembrada pela ministra como um avanço, embora não seja uma criação brasileira. As cotas raciais são adotadas desde a década de 70 pelos Estados Unidos, onde problemas relacionados com o racismo foram motivo de intensos conflitos sociais, principalmente no sul do país. Além dos avanços, a ministra brasileira deve destacar a necessidade de assegurar uma educação mais pluralista nas escolas, desde os primeiros anos, e da disseminação de valores mais qualificado por parte da imprensa de todo o mundo.
A Conferência de Durban, em 2001, tratou de todas as formas de discriminação, racismo e xenofobia. O Brasil desempenhou papel de protagonista na conferência e, depois, na implementação de políticas raciais.
Combate ao racismo
A necessidade de uma atenção maior ao problema da mulher negra na América Latina será levantada por representantes da organização não governamental (ONG) Geledés - Instituto da Mulher Negra, na reunião de alto nível sobre os dez anos da Conferência de Durban.
Nilza Iraci, uma das representantes da ONG, foi a escolhida para representar as mulheres brasileiras no encontro. Ela disse que aproveitará o tempo para lembrar que as mulheres negras estão na base da pirâmide social, não só no Brasil, mas nos demais países da América Latina e do Caribe. Segundo ela, racismo e sexismo andam juntos na região e precisam ser enfrentados pelos governos.
Fonte:
Agência Brasil
22/09/2011 12:10
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