Brasil mostra excelência ambiental de praias e marinas em debate na Alemanha
Mais de três mil praias e marinas que detêm o título internacional de qualidade, balneabilidade, limpeza e sustentabilidade do programa Bandeira Azul compartilharão sua expertise no fórum anual de operadores do programa, que começa na sexta-feira (11) em Usedom, na Alemanha. O Brasil participa do encontro com as experiências da Praia do Tombo (Guarujá, SP) e da Marina Costabella (Angra dos Reis, RJ), únicas faixas de areia certificadas no País.
A reunião dos Operadores Nacionais do Programa Bandeira Azul, iniciativa da Fundação para a Educação Ambiental (FEE, na sigla em inglês), vai contar com representantes de outros 43 países com destinos identificados pelo selo ambiental. O Instituto Ambiental Ratones (IAR), entidade brasileira que executa o programa no Brasil, pretende captar boas práticas internacionais. A intenção é aplicar soluções bem-sucedidas a impasses que barram a concessão do título a outras praias e marinas brasileiras.
De acordo com Leana Bernardi, coordenadora do programa no Brasil, o processo de certificação deve ganhar importância no País com a aproximação de grandes eventos esportivos internacionais. “A certificação pode ser um diferencial na competitividade turística. A Praia do Tombo, por exemplo, já registra importante aumento de visitantes desde a conquista da primeira Bandeira Azul. Esses novos visitantes também gastam mais e estão mais engajados em iniciativas ecossustentáveis”, comenta.
No Guarujá e em Angra dos Reis a cerimônia de troca da Bandeira Azul da temporada 2011/2012 está marcada para a primeira quinzena de dezembro. Até dezembro de 2012, apenas esses dois pontos do litoral brasileiro terão o distintivo ambiental internacional.
Procedimentos e critérios de adesão para praias e marinas estão disponíveis no site da IAR. A iniciativa de solicitar a Bandeira Azul é voluntária e deve ser feita pela prefeitura do destino que pretende ingressar no programa.
Bandeira Azul
O programa Bandeira Azul, muito popular na Europa, existe desde 1987 e é aberto a marinas e praias marítimas, fluviais e lacustres. A finalidade é criar uma lista de referências ao turista que escolhe um destino de sol e praia e busca, entre outras coisas, excelência em qualidade da água e iniciativas de educação ambiental. A pesquisa de praias certificadas no mundo pode ser feita na internet. Para a coordenadora Leana, praias e marinas que conquistam a certificação ingressam em um grupo muito seleto de destinos: “os critérios para aprovação são bastante rigorosos e isso atesta a credibilidade dos participantes”.
No Brasil, as principais dificuldades para conquistar a Bandeira Azul dizem respeito à balneabilidade e questões de patrimônio e ocupação irregular. “Outro item no qual o País ainda precisa avançar muito é a gestão do lixo e afluentes”, diz Bernardi. Em todo o mundo, 3.650 bandeiras azuis estão hasteadas em praias e marinas. As praias detêm 82% desses títulos.
Com a Bandeira Azul, além de conquistar visibilidade internacional no setor ambiental, o destino agrega atributos que o diferenciam no mercado de viagens. Segundo o estudo Perfil do Turista de Aventura e do Ecoturista no Brasil 2010, realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (Abeta) a pedido do Ministério do Turismo, de cada dez pessoas que viajam pelo Brasil, cinco têm interesse em atividades de lazer e turismo que envolvem água (mares, rios, cachoeiras).
O Ministério do Turismo compõe o júri nacional de avaliação do programa Bandeira Azul. Segundo Ricardo Moesch, diretor de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico do ministério, “conquistar a bandeira estimula uma importante mudança de comportamento de moradores, governo e turistas. É nesse ponto de amadurecimento da atividade turística com sustentabilidade que queremos chegar”.
Selo de Qualidade
O ministério estuda processos internacionais de certificação para implantar um Selo de Qualidade aplicável a todas as categorias de prestadores de serviços turísticos no Brasil. O modelo brasileiro está em desenvolvimento após a análise de melhores práticas desenvolvidas em países como Suíça, França, Espanha, Alemanha, Chile e Nova Zelândia.
“Perseguir a qualidade induz a construção de padrões de excelência verificados nas potências do turismo mundial”, explica Moesch. O Selo de Qualidade brasileiro deve ser lançado no segundo semestre de 2012. Inicialmente, poderão participar do programa empresas das áreas de meios de hospedagem, agências de turismo, transportadoras turísticas, organizadoras de eventos, parques temáticos e acampamentos turísticos.
Fonte:
Ministério do Turismo
09/11/2011 14:28
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