Brasil não corre risco de racionamento de energia
O Brasil não corre risco de ter racionamento de energia elétrica este ano e em 2003, desde que não ocorra outra seca como a do ano passado ou pior e que seja implantado o programa de termelétricas para fornecimento emergencial de energia elétrica. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (6) pelo diretor-presidente da Operadora Nacional do Sistema Elétrico do Ministério de Minas e Energia, Mário Fernando de Melo Santos, durante exposição aos integrantes da comissão especial que avalia a revitalização da bacia hidrográfica do Rio São Francisco.
Mário Santos destacou também o papel decisivo desempenhado pela integração dos diversos sistemas de transmissão, que estão possibilitando o que ele chamou de "transposição virtual". Segundo ele, do ponto de vista elétrico, foi possível realizar a "transposição" da energia elétrica gerada no Norte (Tucuruí e Tocantins) para o Nordeste, conseguindo com isso economizar a pouca água armazenada em Sobradinho e Três Marias.
O senador José Coelho (PFL-PE) lembrou antigo projeto de transposição das águas do Rio Tocantins e Mário Santos disse que essa obra seria mais compreensível e menos traumática do que a transposição do São Francisco. "O Rio Tocantins, do ponto de vista elétrico, já banha os estados nordestinos graças às linhas de transmissão integradas", assinalou. Para o gestor do sistema integrado nacional, o futuro aponta para a cada vez menor dependência de água para a geração de energia elétrica.
O presidente da comissão, senador Waldeck Ornélas (PFL-BA) quis saber se não seria melhor pagar um pouco mais agora pela energia emergencial (que é mais cara) e obter mais volume de água na barragem de Sobradinho. Mário Santos explicou que o lago de Sobradinho está com 25% do seu volume, suficiente para equilibrar o fornecimento de energia ao Nordeste até 2004, junto com as termelétricas que entram em operação a partir de 2003.
O senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) perguntou sobre a utilidade do projeto da usina hidrelétrica Pão de Açúcar. Mário Santos disse que a nova usina será essencial após a decisão de se ampliar a usina de Sobradinho. Assim, explicou, será possível evitar o "efeito maré", ou seja, os picos para cima e para baixo dos níveis de energia.
06/03/2002
Agência Senado
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