"Brasil não é um país corrupto", diz diretor do Banco Mundial
O diretor do Banco Mundial (Bird) para o Brasil, John Briscoe, disse, após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros, nesta segunda-feira (4), que o Brasil não é um país corrupto. Há dez dias a instituição anunciou que limitará empréstimos a países com governos envolvidos em corrupção. John Briscoe disse que a corrupção atinge diversos países - incluindo Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha - e que o Brasil já está em um processo de combate a essas práticas, com a participação inclusive dos próprios governantes.
- Há no Brasil muitas coisas vindo à superfície, isso é sinal de uma democracia cada vez mais aberta, transparente, com uma população mais atenta, mas o combate à corrupção é um processo, não acontece de um dia para o outro - disse, exemplificando ainda que o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) permite uma das mais modernas gestões de orçamento público do mundo.
Além do combate à corrupção, o diretor do Bird disse ainda que conversou com Renan sobre o aumento da participação do banco junto aos seus países membros, a fim de lhes proporcionar maior governabilidade. Este será o tema da reunião anual conjunta entre o banco e o Fundo Monetário Internacional (FMI), neste mês, em Cingapura: "Fortalecendo o Compromisso do Banco Mundial com a Governabilidade e o Combate à Corrupção".
Segundo John Briscoe, o Bird deve estreitar os laços com o governo brasileiro - a seu ver, atualmente quase restrito ao âmbito do Executivo - , por meio do Congresso, Poder Judiciário e da própria sociedade civil, visando a ajudar o Brasil na resolução de seus problemas, entre eles o desempenho dos serviços públicos.
- O Brasil tem de melhorar o funcionamento do setor público para garantir a redução de pobreza e impulsionar o desenvolvimento econômico. O povo brasileiro paga por serviço de hotel cinco estrelas e recebe tratamento de três. O desempenho no setor público tem de ser melhor - afirmou.
04/09/2006
Agência Senado
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