Brasil pode economizar R$ 8 bilhões com reciclagem



Se a sociedade brasileira reciclasse todos os resíduos que são encaminhados aos lixões e aterros, o rendimento seria de cerca de R$ 8 bilhões ao ano para o País. Hoje, a economia gerada com a atividade varia de R$ 1,3 a 3 bilhões anualmente.

Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresentados na última sexta-feira (14), em Brasília, em reunião com representantes dos ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento Social, Cidades e Caixa Econômica Federal.

O levantamento estimou os benefícios econômicos e ambientais da reciclagem. Para atingir a cifra, foram utilizados parâmetros como os custos evitados e os atuais da reciclagem, bem como os custos intrínsecos e econômicos da coleta seletiva.

Pontos como a elevação do nível de renda dos catadores, o estímulo à profissionalização e o apoio aos não cooperados estão previstos no documento, como estratégia e objetivos a serem alcançados por meio de uma política de pagamento por serviços ambientais urbanos.

A ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, lembrou a possibilidade de aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em tramitação no Senado Federal, e disse que há um esforço do Executivo para aprovar o projeto de lei que trata do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

“Queremos promover uma mudança significativa na cadeia de reciclagem e na atividade profissional dos catadores”, afirmou Izabella. Segundo explicou, a questão dos resíduos sólidos é fundamental para a redução dos gases de efeito estufa, meta prevista no Plano de Mudanças Climáticas.

 O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, disse que o trabalho de reciclagem tem permitido o resgate social de grupos historicamente excluídos, e que, caso aprovado o plano, o pagamento por serviços ambientais urbanos poderá gerar benefícios e inclusão de cerca de um milhão de brasileiros.

Um grupo de trabalho será criado para discutir as medidas legais e institucionais para a implementação do Pagamento por Serviços Ambientais Urbanos (Psau), e ainda outros mecanismos e aperfeiçoamentos para a viabilização da proposta.

Atualmente, apenas 14% da população brasileira conta com o serviço de coleta seletiva, e somente 3% dos resíduos sólidos urbanos gerados nas cidades são coletados nos municípios.

 

Fonte:
Ministério do Meio Ambiente



17/05/2010 12:31


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