Brasil precisa retomar agenda com os Estados Unidos, diz Ferraço
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), afirmou nesta segunda-feira (24) que é hora de reorganizar a agenda entre Brasil e Estados Unidos, abalada após denúncias, no ano passado, de espionagem do governo americano.
Pela manhã, Ferraço recebeu em seu gabinete a visita da embaixadora dos Estados Unidos, Liliana Ayalde. Um dos assuntos tratados na visita foi a realização, em março, de uma audiência pública na CRE sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países após o escândalo da espionagem.
Para o senador, o episódio foi sério, mas já teve uma resposta dura do governo brasileiro. Agora, é hora de “olhar pela proa”.
— A “desdramatização” desta agenda há que levar em conta, para além de outros aspectos, que os EUA representam mercado interno de US$ 16 trilhões e importam US$ 3 trilhões, dos quais 1% corresponde aos produtos, mercadorias e serviços exportados pelo Brasil.
Para Ferraço, não é razoável que o Brasil, mesmo com motivos para se indignar com o episódio, deixe passar o segundo mandato do presidente Obama para, só depois, voltar a buscar um relacionamento com os norte-americanos. A crise nas relações, segundo Ferraço, é entre governos, mas não entre as sociedades e os sistemas econômicos.
Para ele, os Estados Unidos são, indiscutivelmente, uma grande potência, e estão fortalecendo relações com a Aliança do Pacífico a União Europeia, enquanto a América Latina fica para trás.
Venezuela
Sobre crise política na Venezuela e a repressão do governo aos opositores, Ferraço disse acreditar que a postura do Brasil poderia ter sido mais firme. Questionado sobre uma possível omissão do governo brasileiro, o senador disse que a impressão passada foi de desinteresse.
— Às vezes fica uma impressão de que as posições são adotadas em razão da identidade política. Se tem mais ou menos identidade política, isso gera uma posição mais ou menos ativa. No caso da Venezuela, precisamos, antes de tudo, fazer uma aliança com o povo venezuelano. Precisamos nos valer da nossa liderança para que a Venezuela possa resgatar, sobretudo, seu espírito de paz — disse Ricardo Ferraço.
24/02/2014
Agência Senado
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