Brasil realizará encontro para debater estratégias de preparação da Rio+20
O governo brasileiro organizará um encontro extraordinário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) para discutir os principais pontos sobre o assunto a serem tratados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A medida foi decidida durante a reunião do fórum da qual participou a presidenta Dilma Rousseff, que fez o convite à instância, na quarta-feira (4).
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, também compôs a mesa de autoridades. A pasta é uma das 13 do governo federal que integram o fórum.
A presidenta reiterou que crescer, incluir, proteger e preservar é o lema. Dilma afirmou que vários desafios se conjugam simultaneamente para os países - produção de alimentos e sustentabilidade, aquecimento global e desenvolvimento industrial, acesso a água e energia, direito dos povos à civilidade e à civilização, cidades sustentáveis. “A missão é propor um novo paradigma de crescimento”, resumiu.
Em seu discurso, Dilma Rousseff afirmou que o Brasil tem que fazer mais que a média internacional, porque conta com enormes vantagens comparativas - algumas naturais e outras derivadas dos esforços de seu povo. A presidenta citou a matriz energética com alta proporção de fontes renováveis. “Podemos ser uma das maiores economias do mundo e preservar o meio ambiente”, disse ela, ressalvando que “o Brasil só pode fazer isso se for uma das maiores nações”.
A presidenta Dilma considerou, ainda, que cabe ao País uma atitude dupla, que combine liderança e a compreensão de que outros países enfrentam condições mais árduas para se desenvolver plenamente.
Desenvolvimento sustentável
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, frisou que a Rio+20 não trata somente de meio ambiente. Para ele, o conceito de desenvolvimento sustentável ainda está associado ao discurso ambiental, mas deve ser entendido também em termos econômicos e sociais.
De acordo com Patriota, enquanto a conferência Rio 92 (ou Eco 92) representava mais um ponto de chegada de vários eventos e acordos anteriores, a atual tem um perfil mais de ponto de partida. O titular do Itamaraty disse que a pauta das mudanças globais do clima tem centralidade no documento-base do encontro internacional e que o Brasil defenderá que a ideia de economia verde esteja acoplada à postura inclusiva e seja interpretada com liberdade pelas nações, para que essas a adaptem à realidade local.
O debate sobre mudança do clima passa necessariamente por questões de geopolítica, sociais e econômicas, afirmou Dilma Rousseff.
Durante a reunião, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou a agenda para consolidação dos planos setoriais do Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC). De acordo com ela, de maio a julho deste ano haverá uma consulta pública pela internet a respeito das práticas e estratégias para mitigar as mudanças climáticas em setores como indústria, saúde, mineração e transportes. A análise dos resultados será feita em julho e, de agosto a novembro, o plano passará por revisão. A previsão é de que o texto revisto seja apresentado em novembro, no Qatar, durante a Conferência das Partes (COP) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Os ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores ficaram responsáveis pela realização do encontro, que irá discutir os principais pontos sobre mudanças climáticas a serem tratados na Rio+20.
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FMBC) tem como finalidade conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de posição sobre os problemas decorrentes da mudança do clima por gases de efeito estufa.
O FMCB é presidido pela presidenta Dilma e integrado por 12 ministros de Estado, pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), por pesquisadores, acadêmicos e representantes da sociedade civil.
Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Ministério do Meio Ambiente
05/04/2012 17:11
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