Brasil reforça segurança



Brasil reforça segurança Medidas para evitar ações terroristas incluem maior controle nos aeroportos O início dos ataques americanos ao Afeganistão fez o governo brasileiro determinar ontem o reforço nas medidas de segurança contra o terrorismo já adotadas desde os atentados terroristas do dia 11 de setembro. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, disse que as medidas tomadas, como reforço na segurança dos aeroportos e da área de inteligência, continuam em pleno vigor. "Estamos ainda mais atentos", disse Cardoso. A Polícia Federal decidiu ampliar o esquema de segurança nos portos e aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu, depois do início da ofensiva militar americana. O temor das autoridades de segurança brasileiras é que o ataque americano deflagre uma série de retaliações terroristas aos países aliados dos Estados Unidos. Em Foz do Iguaçu já se encontra o esquadrão antiterror da Polícia Federal. "Toda atenção é pouca neste momento. Precisamos estar atentos" declarou o ministro da Justiça, José Gregori, depois de esclarecer que os vôos, tanto nacionais, quanto internacionais, serão alvo dessa intensificação da vistoria. As duas maiores capitais do País foram escolhidas em razão do tamanho da sua população e a cidade paranaense por ter, além de uma grande população de origem árabe, a fronteira com Argentina e Paraguai. Ontem, foi determinado o envio de mais policiais para Foz do Iguaçu. Em São Paulo e Foz a PF vai também incrementar a atuação do pessoal de inteligência. "A maior ajuda que o Brasil pode dar neste momento é na área de inteligência, que é o que já está sendo feito", explicou o general Cardoso. Além de Foz do Iguaçu, as outras fronteiras brasileiras terão o efetivo da PF reforçado. Isso inclui os postos fronteiriços das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. O total de policiais envolvidos nessa operação e como a segurança será reforçada não será divulgado. O general Cardoso descartou a possibilidade de as Forças Armadas brasileiras serem empregadas em alguma operação. Em relação à possibilidade de os militares poderem ajudar a Polícia Federal nas fronteiras Cardoso ressaltou ainda que as Forças Armadas estão sempre em condições de serem acionadas para algum tipo de ação. "As Forças Armadas estão apenas acompanhando a evolução dos acontecimentos", comentou o general Alberto Cardoso. Mais PMs nas embaixadas A Polícia Militar do Distrito Federal determinou, às 14h10 de ontem, logo após o início dos ataques contra o Afeganistão, o reforço policial nas embaixadas dos Estados Unidos, da Inglaterra e de Israel. Às 14h55, três homens faziam a guarda externa da embaixada israelense. Cinco minutos depois, mais três PMs chegaram ao local, embora o clima fosse de total tranquilidade. O mesmo aconteceu na embaixada dos Estados Unidos. Não houve movimentação nas entradas de acesso à embaixada e apenas equipes de reportagem monitoravam a sede do governo de Israel no Brasil. A partir das 16h, a segurança era mantida por quatro policiais. Segundo um funcionário da embaixada, que não quis se identificar, o prédio esteve vazio durante todo o dia de ontem. O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Gazit, estava em Brasília e disse o o seu país vai colaborar com as nações que tentam combater o terrorismo. "Lutamos contra o terror há mais de 40 anos", referindo-se às disputas territoriais com os povos palestinos, iniciadas em 1948, durante a criação do Estado de Israel. Gazit não acredita em ataques ao seu país, embora apenas quatro nações (Irã, Iraque, Síria e Jordânia) separem Israel do Afeganistão. Em relação a ações de apoio ao povo israelense que mora no Brasil, o embaixador disse que, até o momento, não há registros de pedido de informações ou qualquer tipo de ajuda. De acordo com a embaixada, existem apenas dois israelenses residindo no DF e cerca de mil em outras localidades brasileiras. Muçulmano faz crítica A comunidade muçulmana de São Paulo classificou ontem como "ataques terroristas" a ofensiva dos Estados Unidos contra o Afeganistão. "Acompanhamos com muita tristeza e chocados os ataques de hoje (ontem) dos Estados Unidos contra o Afeganistão. Repudiamos esses bombardeios, como também repudiamos os ataques terroristas sofridos pelos EUA em 11 de setembro último, mas, também consideramos a ofensiva como um ataque terrorista", afirmou o presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana de São Paulo, Muhamad Nassib Mourad. Para ele, a ação terá como conseqüência a morte de afegãos indefesos, além do aumento do sofrimento de uma população já miserável, fruto de décadas de guerras internas. De acordo com Mourad, a comunidade muçulmana vem sendo oprimida em todo o mundo. Mantidos vôos para os EUA Nenhum vôo do Aeroporto Internacional Galeão Tom Jobim, no Rio, com destino aos Estados Unidos, havia sido cancelado até o início da noite de hoje, por causa do início dos conflitos armados no Afeganistão. No total, dez decolagens para diferentes cidades norte-americanas deveriam ocorrer hoje. Apesar dos ataques ao Afeganistão, a United Airlines não cancelou nenhum de seus vôos para os Estados Unidos. Desde o dia seguinte aos ataques sofridos pelos norte-americanos, em 11 de setembro, as decolagens diretas para Nova York estavam suspensas. Para ontem , a empresa tinha programado uma saída para Miami, às 21h, e outra para Chicago, às 22h20. A Continental Airlines também desmentiu que tivesse cancelado algum de seus vôos para os Estados Unidos. A empresa informou que as decolagens para Nova York já estavam suspensas desde o dia seguinte aos atentados. Ontem, estava prevista para às 18h50 uma saída com destino a Houston. A Varig também confirmou os três vôos programados para Miami às 19h45, 22h e 23h15, além de um para Nova York, às 20h30. A American Airlines não alterou sua grade de saídas. FHC foi avisado da ação por Colin Powell O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o mundo passa novamente por "um momento grave", apesar da resposta norte-americana ter sido esperada desde os ataques de 11 de setembro. Em nota divulgada, o presidente diz que o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, telefonou para dizer que as operações de ontem no Afeganistão visam exclusivamente alvos militares e que procurarão poupar a população civil. "Quero reiterar que esta luta é de toda a comunidade internacional e não comporta hesitações, nem transigência", afirma FHC na nota. Segundo o presidente, a vocação de paz do povo brasileiro e seu repúdio ao terrorismo são preceitos que orientam a política externa do país. Ao final da nota, FHC diz que a posição do Brasil é clara. "Se repudiamos o terrorismo em todas as suas formas e quaisquer que sejam suas origens, estamos também do lado da racionalidade e da sensatez". O presidente afirma ainda que este não é um conflito contra um povo, Estado ou religião, mas sim tem o objetivo de eliminar o "flagelo do terrorismo". "Espero que as operações iniciadas hoje (ontem) não tenham conseqüências trágicas e procurem evitar a perda de vidas inocentes e preservar a população civil", encerrou FHC. O ministro da Justiça, José Gregori, afirmou que seria "um erro tático mortal" usar o Brasil para qualquer tipo de retaliação aos ataques norte-americanos. Gregori lembrou que o Brasil é um país onde as religiões convivem perfeitamente. Embaixador pede calma a brasileiros O embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, pediu tranquilidade à comunidade brasileira que vive nos Estados Unidos. “A vida está normal. Não há motivo para pânico”, afirmou. Ele acredita que o fato de hoje ser feriado nos Estados Unidos pode ter influenciado na escolha do dia do ataque ao Afeganistão. Os norte-americanos comemoram antecipadamente The Columbus Day – o dia em que Cristovão Colombo desembarcou na América. A data correta seria 12 de outubro, mas é tradicionalmente transferida para a segunda segunda-feira do mês. “Quase nada funciona no país e as bolsas de valores estão fechadas”, disse o embaixador. Segundo Barbosa, o governo norte-americano não avisou formalmente a embaixada brasileira sobre a ofensiva nem fez pedido ao País. Apesar disso, ele contou que havia alguns indícios de um ataque nesse fim de semana. “Ainda é muito cedo para fazer prognósticos econômicos e políticos do ataque”, disse Barbosa. “Não sabemos se haverá uma reação, se o ataque se esgota hoje" (ontem), disse o embaixador. Artigos Investigação sem preconceito José Luiz Oliveira Se a Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados quiser mesmo investigar o uso da terra no Distrito Federal vai trazer à tona nomes surpreendentes. Mas para isso terá de abandonar a superfície do denuncismo sem provas e mergulhar sem preconceito nas profundezas nebulosas das relações entre grileiros e políticos, incluindo aí os da oposição, que durante quatro anos conduziram os destinos do Distrito Federal. Já se sabe, por exemplo, que importante assessor de um bem situado (não nas pesquisas) político petista desfrutou das benesses da grilagem, morando de graça na casa (irregular) de um dos mais proeminentes acusados. O que vai sair desta investigação – desde que levada a cabo sem paixão política, repito – surpreenderá até mesmo o ex-governador Cristovam Buarque, que convivia diariamente com estas pessoas mas que, como dizem lá na pequenina Arapuá, no interior de Minas Gerais, "da missa não sabe um terço". Na opinião do governo, a Comissão de Fiscalização, dominada pelo PT, nada quer além de palanque para o próximo ano. O objetivo seria minar a credibilidade do governador Joaquim Roriz, o único adversário que o PT realmente teme. Com a popularidade em alta, Roriz é uma pedra quase irremovível no caminho dos petistas rumo à reconquista do Palácio do Buriti. Se a intenção da Comissão é, de fato, remover o limo que esconde a cor verdadeira da promíscua relação entre políticos e grileiros, é fundamental que ouçam o jornalista Édson dos Santos, o Sombra, que, segundo ele mesmo afirma, tem importantes informações sobre a grilagem de terra durante o governo do PT. É fundamental que o interroguem até mesmo para evitar que se cometa injustiça com pessoas inocentes. E que o processem depois, se o que ele disser for mentira, se atentar contra a honra de alguém ou denegrir a imagem de quem quer que seja. O que a Comissão não pode esquecer é que por muito tempo o jornalista foi a principal fonte de informações da CPI da Grilagem, instaurada durante o governo do PT. Aliás, a CPI foi instalada com base nas denúncias de Édson dos Santos, acolhidas com entusiasmo pela imprensa simpatizante do PT e por membros do Ministério Público também com certa predileção pela cor encarnada. Há pouco tempo, a bancada de oposição na Câmara Legislativa fez estardalhaço com a mudança de destinação de lotes para permitir a instalação de postos de gasolina, sugerindo que deputados governistas estariam recebendo propina para apresentar estes projetos. Descobriu-se, posteriormente, que muitos oposicionistas chancelaram propostas nesse sentido, além de decretos do governo, que deputados da base rorizista dizem ser afagos a amigos e colaboradores da campanha petista. Mais um motivo, pois, para a Comissão ir fundo nas investigações. Paz distante na Colômbia Vitor Gomes Pinto Após seis dias de sua captura pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Consuelo Araujonoguera, ex-ministra da Cultura, foi encontrada no último sábado morta com dois tiros na cabeça, num terrível desenlace que parece condenar de vez ao fracasso o processo de paz colombiano duramente construído ao longo dos últimos três anos. O ataque da guerrilha aconteceu na segunda-feira, dentro dos padrões de seqüestro em massa que se tornaram comuns nesse país. Na pequena localidade de La Ye de la Vega junto a Valledupar, próximo à fronteira com a Venezuela, o padre Enrique Iseda e seus fiéis saíam da missa oficiada na igreja de Nossa Senhora das Mercedes de Patillal quando caíram aprisionados por um bloqueio instalado na estrada pelo comando regional das Farc. Às 5 da tarde, um dos últimos veículos retidos é a Toyota blindada que transportava Araujonoguera, conhecida por sua dedicação às tradições e ao folclore de Valledupar, junto com Cecília Monsalvo, presidente da Fundação Cultural da cidade, a jovem Luz Molina, dois guarda-costas e o motorista. No começo da noite, já eram 160 as pessoas detidas. Sem se preocupar com a polícia, os guerrilheiros decidiram ficar com 30 vítimas, selecionadas por seu valor financeiro ou político. Nos dias seguintes, caminharam pela selva perseguidos de perto pelo Exército que utilizava 800 homens da tropa anti-seqüestro e helicópteros. Cada vez mais nervoso o comandante César, conhecido como “El Suegro”, optou por abandonar os carros depois de explodir a Toyota, libertou Cecília Monsalvo e afundou na selva com seus camaradas no rumo da Serra Nevada de Santa Marta. Afinal, a ex-ministra foi encontrada sem vida e com o rosto desfigurado. No fundo de um abismo, ao lado, Luz Molina, muito ferida, conseguiu ser localizada e salva. A caçada continua, mas os seqüestradores alcançaram a montanha onde é quase impossível capturá-los. Quase ao mesmo tempo, seis pessoas foram assassinadas em dois combates em Cauca, um com guerrilheiros de esquerda e outro com os paramilitares de direita. Dois dos três alemães recentemente seqüestrados continuam desaparecidos. Enquanto isso, o candidato favorito às eleições do ano que vem, o liberal Horacio Serpa (tem 41% das intenções de voto, contra 16% da independente Noemí Sanin, que é a cara da Roseana Sarney), viu frustrada sua tentativa de chegar até San Vicente del Caguán, sede da Zona de Distensão de 42 mil km2 que o governo cedeu às Farc. A caravana marchou firme até mil metros antes da cidade, tendo de retroceder depois que um grupo de guerrilheiros informou-os de que não poderiam prosseguir, ao som de rajadas de metralhadora que varriam o arvoredo em volta. O prefeito local, Néstor León Ramírez, ainda tentou convencer os combatentes a não obstruir a passagem de Serpa (ele pretendia fazer uma declaração pela paz) e ao final lamentou a perda das dez mil refeições que encomendara para servir na festa organizada no parque San Vicente. Dia 8 deste mês de outubro esgota-se a validade da Zona de Distensão e o presidente Pastrana está fazendo uma avaliação geral do processo para decidir se concede ou não uma prorrogação. Desde que foi criada em 1998 a área de reserva territorial, que equivale ao tamanho da Suíça ou do Estado do Rio de Janeiro, tem sido acusada de servir de refúgio para seqüestradores e treinamento de guerrilheiros, sem qualquer contribuição efetiva ao esforço de paz. As Farc argumentam que sem ela a situação estaria pior e acusam o Exército colombiano de ter assassinado a ex-ministra, tachando-o de “infinitamente irresponsável” e lamentando que “a retenção política tenha terminado com a inesperada morte de Consuelo”. Momentos positivos no passado recente, como a presença de observadores internacionais numa reunião conjunta em Caguán e a troca de prisioneiros, parecem agora tentativas sem importância diante da radicalização do conflito. Enquanto se esgota a paciência geral que tem sustentado as negociações de paz e cresce a expectativa de endurecimento da política antiguerrilha da Colômbia e dos Estados Unidos como resultado dos ataques de 11 de setembro a Washington e Nova York, grupos pacifistas insistem num cessar-fogo e numa interrupção de ataques e seqüestros sob supervisão internacional mesmo sabendo que isto será difícil sob um governo de pouco prestígio e em fim de mandato. Colunistas Claudio Humberto Calamidade no INSS Contrato firmado pelo INSS provoca perplexidade em Brasília. Assinado sem licitação no dia 1º, com base no artigo 24, inciso IV, da Lei 8.666/93 (que prevê dispensa de concorrência em casos calamidade pública), o contrato é de apenas 180 dias e vai custar R$ 36,5 milhões à autarquia pelo serviço de "recepção e atendimento nas agências do INSS nos Estados" por uma empresa de informática, a Ctis. Para a Associação dos Servidores da Previdência, a única "calamidade", no caso, é ética. Impeachment no ES O governador capixaba José Ignácio mexe os pauzinhos (pediu socorro até ao presidente Fernando Henrique), mas tudo indica que o processo de impeachment na sua Assembléia Legislativa vai ser retomado. O PFL local, revoltado com as acusações ao deputado José Carlos Fonseca, quer a cabeça do governador. Vem chumbo grosso por aí. Bin axé Cartaz afixado nas paredes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb): "O árabe é um povo "comturbante"... Ficou porque quis No PMDB, a situação de Itamar está pior que nunca. Geddel Vieira Lima e Michel Temer estão irritados com o boato de que Itamar teria negociado sua permanência no PMDB em troca da indicação do vice-presidente do partido. "Itamar ficou porque quis. Não negociamos nada", resumiu Temer. "Não aceitamos chantagem", completou Geddel. Patada Das duas, duas: ou a Argentina cai do cavalo ou o Cavallo cai na Argentina. Os donos do mundo Os bancos ABN-Real, Unibanco, Itaú, Banestado, Banespa e Sudameris conseguiram impedir, na Justiça de Londrina (PR), manifestações e paralisações do sindicato dos bancários nas agências, alegando vandalismo. O ABN-Real pediu multa de R$ 1 milhão/dia, mas o juiz baixou para R$ 100 mil. O sindicato recorrerá para derrubar a proibição. Espiões numa fria O general Alberto Cardoso vai gostar: a revista inglesa Jane's pergunta por que os "secretas" americanos caçam Osama bin Laden há tanto tempo, mas não aprenderam direito o "pushtu", falado pelo Taleban. O serviço secreto comeu mosca nas barbas de Osama, e agora FBI e CIA procuram desesperadamente quem fale e escreva a língua e dialetos. Dúvida No caso do Osama, de que laden está o Saddam Hussein? Crise tardia Parlamentares do PSDB do Rio, liderados pelo deputado Márcio Fortes, estão indóceis com o controle dos cargos federais no Estado, dividido entre o ministro Francisco Dornelles (Trabalho), do PPB, e Moreira Franco, do PMDB, aspone de FhC. Em final de governo, as lamúrias não estão sendo levadas a sério, no Palácio do Planalto. Capital de risco O presidente do BC, Armínio Fraga, abre nesta segunda, na PUC do Rio, o 1º Venture Fórum AAA (Associação dos Antigos Alunos) de desenvolvimento de empresas. Executivos e empresários atuam como mentores, ensinando, entre outras coisas, como formar um grupo de investidores. E a pipa do dólar, como é que se segura, professor? Dura lex O Tribunal de Alçada de Minas determinou ao Banco do Brasil e ao ABN Amro a aplicação imediata do artigo 129 da Constituição, impedindo juros reais acima de 12%. Mais é crime de usura. O juiz Delmival Campos destacou a "força de pressão formidável" dos bancos em detrimento dos setores de produção submetidos à sua ganância e cupidez". Tudo fingimento O ex-governador José Richa (PSDB) finge que briga com Jayme Lerner, mas foi sua nora, Fernanda, quem filiou ao partido a mulher, Marina, e o filho, Gustavo, do prefeito Cássio Taniguchi, que continua no PFL e leal ao governador do Paraná. Assim como José Richa Filho permanece agarrado a um cargo na Secretaria de Transportes de Lerner. Estrada de ferro velho A Cia. Ferroviária do Nordeste foi privatizada há quatro anos na bacia das almas. Comprada por R$ 15,8 milhões pela Vale, CSN e Vicunha, está abandonada. Seus 4.679 km atravessam seis estados transportando cimento e derivados de petróleo. Crescem os acidentes e o desemprego. Caixa postal Não adianta mandar e-mail para [email protected] nem de brincadeirinha. O usuário é desconhecido e o dono do domínio na internet, AfghanistanBusiness.com, há muito deve ter se pirulitado da Beloit Avenue 1523, em Los Angeles (EUA). Não deixou fax nem endereço. O site informa que está suspenso até segunda ordem. Perigo no ar Em abril, um pequeno avião levando missionários americanos foi abatido no norte do Peru por engano. Vinha da fronteira do Brasil e poderia ter drogas. Duas pessoas morreram na sucessão de erros da complicada comunicação a bordo, em inglês e espanhol. Peru e Colômbia suspenderam a cooperação para interceptar aviões suspeitos nos Andes. Poder sem Pudor A opinião que importava Era o dia 25 de agosto de 1961 e o senador conservador Vitorino Freire foi assistir ao desfile militar pelo Dia do Soldado, em Brasília. Naquele dia, Jânio Quadros renunciaria à Presidência da República, abrindo uma crise política sem precedentes: os militares não queriam a posse do vice, João Goulart. Ao retornar ao Senado, Freire comentou sobre o desfile: – Foi um belo espetáculo. A opinião pública estava muito bem formada... Editorial Hora da verdade Vinte e seis dias após os atentados terroristas que atingiram as cidades de Nova York e Washington e causaram perplexidade mundial, os Estados Unidos, diretamente apoiados pela Grã-Bretanha, iniciaram os bombardeios sobre bases militares do Taleban, no Afeganistão, e sobre prováveis núcleos da organização A-Qaeda, comandada pelo terrorista Osama bin Laden. Inicia-se uma guerra imprevisível, tornada inevitável depois dos atentados e do declarado apoio dos talebans a Bin Laden. Mas se o regime Taleban transformou-se no único alvo visível dessa guerra, a invisibilidade do principal inimigo, o terrorismo, é que dará os contornos definitivos desse conflito. Ele poderá ser longo, caso os aliados ocidentais não consigam isolar ou destruir a central do terror, ou curto, se as articulações diplomáticas mostrarem-se eficientes após esse primeiro ataque, com a formação de uma grande aliança contra os talebans e a Al-Qaeda. Os Estados Unidos, ao contrário do que se pensava, não foram traídos pelo desejo de vingança imediata após os atentados de 11 de setembro. Em 26 dias, realizaram uma bem-sucedida ofensiva diplomática que isolou o regime taleban e trouxe para o seu lado aliados importantes como a Rússia e o Paquistão. Passou quase em branco uma declaração do presidente George W. Bush sobre seu desejo de apoiar a fundação de um Estado Palestino no Oriente Médio, mas talvez tenha sido esse anúncio o sinal de que está em curso um amplo acordo entre os Estados Unidos e os países árabes moderados para isolar os radicais islâmicos em troca da paz na região. Nos próximos dias, vamos saber se isso é ou não verdade. Os Estados Unidos e a Inglaterra, em comunicados do presidente George W. Bush e do primeiro-ministro Tony Blair, assinalaram que esta não é uma ofensiva contra o islamismo, mas contra terroristas que tentam usar a religião como escudo ideológico e político. É mais ainda: trata-se de uma luta da democracia, com todas as suas falhas, contra radicais que acreditam não ter falhas e são capazes de qualquer coisa para tentar impor suas idéias. É necessário, porém, que os aliados ocidentais tenham consciência de que tudo o que Osama bin Laden queria era esse ataque aliado, para tentar de alguma forma justificar o terrorismo. O Bin Laden mostrou, inclusive, que tem departamento de marketing, ao gravar um pronunciamento com ameaça aos Estados Unidos bem antes dos ataques, e divulgado horas depois, tal era a sua certeza da resposta ocidental. A ofensiva, portanto, terá que ser ainda mais diplomática do que propriamente militar. A guerra, ou que nome tenha esse novo tipo de conflito mundial inaugurado ontem, certamente vai provocar reflexos no Brasil. A economia mundial sentirá o peso da resposta norte-americana e inglesa na Ásia Central e isso vai se refletir por aqui. O Brasil, no entanto, será mais uma vítima inocente do conflito se ficar apenas esperando pelo fim da guerra. Os investimentos estrangeiros vão diminuir e a globalização dos negócios, em um primeiro momento, ficará congelada. Espera-se, porém, que o governo brasileiro já tenha um Plano B para minimizar essa situação de incerteza e perplexidade inaugurada no dia 11 de setembro do mês passado. Topo da página

10/08/2001


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