Brasil se solidariza com manifestações nos países muçulmanos, diz Patriota



O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ressaltou que a questão da preservação dos direitos humanos nas discussões bilaterais e multilaterais é prioridade para o governo da presidenta Dilma Rousseff. De acordo com ele, o Brasil é solidário às manifestações que ocorrem no Norte da África e no Oriente Médio em protesto contra os governos apontados como autoritários.

Apesar dos fatos violentos que cercam os protestos, Patriota afirmou que a expectativa do governo brasileiro é que haja uma evolução pacífica. “Desejamos que essas manifestações evoluam de forma pacífica. Acho que, se existe crise, também existe oportunidade”, disse ele, no final da sua viagem à China, na semana passada.

O ministro ressaltou que os momentos de crise, como os enfrentados atualmente pela Líbia, pelo Marrocos e pelo Iêmen, entre outros países, podem ser usados de forma positiva para o surgimento de oportunidades.

“Existe oportunidade, por exemplo, para trabalharmos pelo estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio, para melhorarmos o respeito aos direitos humanos – agora a Líbia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos, e essa não é uma decisão que deva ser tomada como superficial, ela envolve uma postura muito forte do conselho em seu conjunto em favor dos direitos humanos na região e na Líbia”, disse o chanceler.

Segundo o ministro, o Brasil se identifica com as causas que motivam os protestos nos países muçulmanos. “O Brasil não pode deixar de se solidarizar com manifestações que são motivadas por aspirações com as quais nos identificamos.”

De acordo com Patriota, o fator que impulsiona as manifestações é o desejo de maior participação popular. “Os manifestantes desejam maior participação no destino de seus países, maior participação política, maiores oportunidades para suas economias, maiores oportunidades de emprego, dignidade e soberania”, disse.

O chanceler afirmou ainda que o Brasil respeita as “questões internas” quando o governo tenta atuar como “ponte” entre a comunidade internacional e alguns países. “Às vezes, o Brasil tenta agir como uma ponte, para unir os dois lados, e abstenções [nas votações no Conselho de Segurança das Nações Unidas] podem ser justificadas neste contexto.”

 

Fonte:
Agência Brasil



10/03/2011 16:49


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