Brasil será o primeiro país em desenvolvimento a ter uma fábrica de vacina contra a gripe aviária



O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa da Silva Junior, afirmou que o Brasil, apesar de não ter ainda nenhum caso de gripe aviária detectado, será o primeiro país em desenvolvimento a ter uma fábrica de vacina contra a doença. O secretário participou, nesta quarta-feira (22), de audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos e Legislativa Participativa (CDH) sobre a gripe aviária.

Já no mês de abril, informou Jarbas Barbosa, o Instituto Butantã, com recursos do Ministério da Saúde, começará a fabricar as primeiras doses de uma vacina contra o vírus da gripe aviária (H5N1). Segundo o secretário, o Brasil já tomou todas as medidas necessárias para enfrentar a doença, da mesma forma que fizeram paises ricos, como os Estados Unidos e o Canadá.

Entre as medidas de reforço da vigilância epidemiológica, Jarbas Barbosa anunciou a constituição de uma rede de 46 unidades sentinelas para coleta de amostras de secreções das pessoas com síndrome gripal para identificação do vírus em 21 estados do Brasil. Também são realizados inquéritos sorológicos em todos os nove locais importantes de invernada de aves migratórias, para identificar casos de gripe aviária, informou.

Uma das vantagens do Brasil no caso da gripe aviária, disse Jarbas Barbosa, é que o país não tem fluxo regular de aves migratórias diretamente da Ásia e da África, onde ocorreu a maioria dos casos da doença. Se a gripe aviária entrar por aves migratórias no Brasil, a maior possibilidade é que seja pela rota das aves migratórias que vem do Canadá e dos Estados Unidos, países que tem mais recursos para reagir e combater a propagação do vírus, afirmou o secretário.

Presidida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a audiência contou ainda com a participação da representante do Ministério do Trabalho, Paula Montagner. As empresas de produção e abate de aves, segundo ela, são responsáveis por 1% dos empregos formais no pais. A maioria dessas empresas está localizada na região Sul, especialmente Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

O senador Paulo Paim (PT-RS) e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disseram que os produtores dessa região reivindicam medidas para defender o setor da queda da demanda do consumo interno e da exportação, já provocada pelo medo da doença. Mesmo que não haja riscos de contaminação pelo consumo de aves preparada no fogo - o vírus é extinto com temperatura acima de 70 graus centígrados -, alguns consumidores mais desinformados já começaram a deixar de lado o frango, segundo Jarbas Barbosa.

Os senadores Papaleo Paes (PMDB-AP) e Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) ressaltaram a necessidade de divulgação de informações de forma simples e clara para evitar medos infundados entre consumidores do frango.O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse ser necessário remunerar melhor os profissionais da vigilância sanitária no Brasil.

22/03/2006

Agência Senado


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