Brasil tem "firme compromisso" com a países de língua portuguesa, afirma embaixador



O governo brasileiro tem o "firme compromisso" de trabalhar pela consolidação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse nesta quinta-feira (11) o ministro de primeira classe Pedro Motta Pinto Coelho. Sua indicação para o cargo de representante permanente junto ao organismo recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Uma das principais iniciativas nesse sentido, informou, será a realização em Brasília, entre os dias 25 e 31 de março, de um seminário internacional sobre o futuro da língua portuguesa. Entre os temas em debate, adiantou o embaixador indicado, estão a avaliação do processo de implantação do novo acordo ortográfico e a valorização da língua portuguesa nos foros internacionais.

Os países da CPLP pretendem se empenhar, por exemplo, para transformar o português em língua de documentação da Organização das Nações Unidas (ONU) e em língua de trabalho na Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), como disse o embaixador aos senadores da comissão.

- Não há muita retórica atualmente na comunidade. Nossos objetivos são cada vez mais concretos - afirmou Pinto Coelho.

Na opinião do embaixador, existe um "paralelismo" entre a CPLP e o Mercosul, pois em ambas organizações existe uma "certa assimetria" entre seus integrantes, uma vez que o Brasil é o maior participante tanto em uma como na outra. A seu ver, porém, essa assimetria acaba funcionando como uma espécie de "catalisador" nos dois casos.

A mensagem 256/09, que submete ao Legislativo a indicação do novo embaixador, contou com voto favorável do relator, senador Augusto Botelho (PT-RR). Durante a reunião, o senador Marco Maciel (DEM-PE) observou que a CPLP vem ajudando a estabelecer laços mais fortes com os países "vizinhos" da África. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que presidiu a reunião, afirmou que a comunidade tem um "peso relevante" na aproximação dos países lusófonos.

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) ressaltou a participação "ativa" da comunidade nos debates internacionais, enquanto o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) lamentou que a língua portuguesa seja "menosprezada", apesar de ser a língua materna de mais de 240 milhões de pessoas.

O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) defendeu a rápida implantação do Parlamento da CPLP. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou que inicialmente o projeto de criação da CPLP foi visto com algum ceticismo, mas observou que agora vem se consolidando. E o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) colocou-se à disposição para levar a todos os países lusófonos a proposta de criação de um programa de renda básica.



11/02/2010

Agência Senado


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