Brasil tem "maior interesse" em acordo do Mercosul com União Europeia, diz embaixadora



O Brasil tem o “maior interesse” na aproximação entre o Mercosul e a União Europeia e deve apresentar até o final do ano uma proposta de negociação de acordo comercial entre os dois blocos econômicos. Foi o que anunciou a embaixadora indicada para delegada permanente junto ao Mercosul e à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), ministra de primeira classe Maria da Graça Nunes Carrion, cuja indicação para o posto obteve nesta quinta-feira (19) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). A indicação, agora, segue para o Plenário do Senado.

A embaixadora admitiu que a agenda extrarregional do Mercosul, onde se inserem as negociações com a União Europeia, “esteve parada” nos últimos anos, tanto em função do que chamou de “dificuldades internas de alguns sócios”, como pelo afastamento temporário do Paraguai, suspenso do Mercosul após o impeachment do então presidente Fernando Lugo. A eleição do novo presidente paraguaio, Horacio Cartes, ajudou, a seu ver, a estabelecer novas condições para as negociações com os europeus.

Se fosse um só país, observou Maria da Graça, o Mercosul seria a quinta maior economia do planeta, além de uma potência agrícola e “uma das maiores potências energéticas do mundo”, a partir da adesão da Venezuela – cujas reservas de petróleo, como informou, já alcançam 296 bilhões de barris.

– Embora muito criticado, e muitas vezes de forma injusta, o Mercosul tem representado um estímulo ao nosso crescimento econômico – afirmou Maria da Graça, cuja indicação teve como relator o senador Luiz Henrique (PMDB-SC).

A embaixadora ressaltou também o papel da Aladi, de permitir a criação de uma rede de acordos flexíveis de comércio entre os seus membros. O fluxo de comércio entre os países que integram a associação, relatou, subiu 22% de 2010 para 2011, alcançando US$ 153 bilhões. Esse crescimento, disse ainda a embaixadora, levou a China a apresentar um pedido para ser observadora na Aladi.

Paraguai

O interesse do Brasil em normalizar rapidamente as relações com o Paraguai levou Luis Henrique, a solicitar a inclusão extrapauta da mensagem presidencial de indicação do novo embaixador brasileiro em Assunção, José Eduardo Felício. Relator da mensagem, que poderá ser apreciada na próxima reunião da comissão, o senador apresentou seu voto favorável e classificou de “urgente e inadiável” o restabelecimento integral das relações diplomáticas entre os dois países.

Canadá

Na mesma reunião, presidida pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-SC), também recebeu parecer favorável – e segue para apreciação no Plenário do Senado – a mensagem presidencial de indicação do ministro de primeira classe Pedro Fernando Brêtas, para exercer o cargo de embaixador do Brasil junto ao Canadá. O relator ad hoc da mensagem foi o senador Cyro Miranda (PSDB-GO).

Em sua exposição aos senadores, Brêtas observou que, apesar do forte crescimento do comércio bilateral, atualmente de US$ 6 bilhões, ainda existe um “campo imenso” para o desenvolvimento das relações entre o Brasil e o Canadá. Ele ressaltou que empresas brasileiras – como Gerdau, Votorantim, Ambrev e Fibra – já investiram US$ 21 bilhões no Canadá, enquanto empresas canadenses, especialmente das áreas de mineração e energia, já investiram US$ 15 bilhões no Brasil.

Para o embaixador designado, é importante levar em conta o fato de que as províncias canadenses dispõem de grande autonomia administrativa. Por isso, os empresários brasileiros precisariam “ir ao Canadá profundo” para mostrar a realidade brasileira e apresentar novas oportunidades de negócios.

- O Canadá tem muito dinheiro para investir – ressaltou Brêtas.



19/09/2013

Agência Senado


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