Brasil tem um dos melhores desempenhos fiscais do mundo, diz Fazenda
O Ministério da Fazenda participou nesta terça-feira (26), em Brasília, da 38ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Durante o evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou sobre o cenário econômico mundial e apresentou números que mostram que o Brasil está em situação bem mais favorável na comparação com os demais países. Segundo o ministro, “o Brasil é um dos países que tem um dos melhores desempenhos fiscais do mundo”.
De acordo com Mantega, o desempenho brasileiro dá solidez para a economia nacional continuar crescendo equilibradamente. O ministro também destacou que as commodities deixaram de crescer e, há alguns meses, encontram-se em trajetória descendente. Ele disse que o governo também atuou numa outra frente importante: o controle da inflação, para o qual não economizou esforços para que as taxas fossem mantidas dentro da meta estabelecida, o que se comprovou com os índices divulgados nas últimas semanas. O ministro atribui os resultados às medidas tomadas pela equipe econômica.
Guido Mantega enfatizou ainda que o governo vem conseguindo compatibilizar o controle da inflação com crescimento da economia do País. O ministro disse que isso não era possível no passado recente. “O importante é salientar que o combate a inflação, embora implacável, não chegou ao ponto de derrubar a economia brasileira. Estamos conseguindo uma compatibilização”, explicou.
O ministro disse que, apesar dos resultados positivos acerca do crescimento econômico, existem alguns desafios e problemas pela frente que devem ser enfrentados pelo governo e pelo setor privado. O mais importante deles é reduzir a pobreza. Em seguida, são necessários avanços no setor educacional. Além disso, o País passa por grandes investimentos e, neste ponto, representam desafios no setor de infraestrutura como as grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), Minha Casa Minha Vida 2, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas Rio 2016.
“Um desafio muito importante é a agenda tributária. Temos um modelo no País que atrapalha a produção. Nós elegemos essa agenda como sendo prioritária. Temos que continuar simplificando. Desoneração na folha e a questão do Simples são pontos importantes”, afirmou.
Mantega também reconheceu problemas na área comercial. Segundo ele, o cenário internacional acirrou a competição e tal situação leva a uma concorrência muitas vezes desleal. “Não vamos deixar a guerra cambial nos derrotar. Estamos intensificando a defesa comercial de nosso País, não deixando espaço para outros países”, disse.
Neste caso específico, o ministro contou que o governo já detectou triangulação de exportações para o Brasil. Isso se dá, segundo ele, da seguinte maneira: países que estão sendo denunciados por prática de dumping em organismos internacionais tentam colocar produtos no mercado interno brasileiro utilizando outras nações. Ele citou como exemplo a entrada de mercadoria a partir dos Estados Unidos.
“Os países emergentes, uma parte deles acostumou a crescer em cima dos mercados alheios, e veja como exemplo a China. O Brasil tem uma grande vantagem que construiu ao longo destes anos: um grande mercado interno. Temos que garantir que o mercado seja desfrutado pela indústria brasileira”.
O ministro mostrou números da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que ilustra o crescimento da demanda: a taxa atingiu 10,4% em maio deste ano em relação a 12 meses anteriores. Com isso, conforme assinalou, mesmo que o governo desacelere há “um crescimento muito forte que estimula a demanda”. “E continuaremos assim”, ponderou.
Um dos fatores para isso, segundo Mantega, foi a elevação de famílias de baixa renda à classe C e, mais adiante, daquelas famílias da classe C para as classes A e B. O ministro reconheceu que o crescimento da economia não atingirá o desempenho daquele verificado no ano passado, o que classificou de recuperação dos efeitos da crise econômica mundial que atingiu os mercados no final de 2008. Ele previu que o Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar 2011 com taxa de 4,5%.
Mantega explicou ainda que outro ponto importante na economia brasileira é a geração de empregos. Segundo ele, o País vem aumentando a oferta de postos de trabalho e isso tem sido fundamental para que o cidadão mantenha o poder de comprar.
Fonte:
Blog do Planalto
26/07/2011 19:57
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