Brasil terá embaixadores na Armênia e no Benin



A Armênia e o Benin receberão, em breve, os primeiros embaixadores brasileiros residentes. Obtiveram nesta quarta-feira (21) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) as mensagens presidenciais de indicação para os dois postos, respectivamente, de Renate Stille e Carmelito de Melo, ambos ministros de segunda classe da carreira de diplomata. As duas mensagens serão agora apreciadas pelo Plenário.

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Depois de trabalhar como ministra-conselheira da embaixada brasileira na Noruega, a partir de 2000, Renate Stille anunciou a intenção de motivar empresas brasileiras controladas por descendentes de armênios a se instalarem na Armênia. Dessa forma, observou, as empresas poderiam aproveitar a localização desse país, na Ásia Central, para exportar seus produtos a outros mercados da região.

No momento, segundo consta do parecer elaborado pelo relator da indicação, senador Heráclito Fortes (PFL-PI), a Armênia possui apenas um consulado-geral em São Paulo, onde conta com uma comunidade de imigrantes definida como "empreendedora e influente". O governo brasileiro doou ao governo armênio um terreno em Brasília para a construção de sua embaixada, com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. A embaixada brasileira na Armênia foi criada em 2002, mas até hoje não foi instalada.

O Benin recebeu no início deste ano a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida 34 anos depois da última viagem ao país de uma autoridade brasileira, o então chanceler Mário Gibson Barbosa. A visita de Lula marcou o início da reaproximação com um país que conta com cerca de cinco mil descendentes de escravos brasileiros, que até hoje mantêm sobrenomes como Souza e Silva e organizam festas folclóricas tipicamente brasileiras, como o Bumba-meu-Boi, ali chamado de Burrinha.

Benin foi a principal origem de escravos enviados à Bahia e a Pernambuco. Após a abolição da escravatura, milhares de escravos alforriados decidiram retornar ao país, onde passaram a ser chamados de agudás. As relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas em 1961, mas sempre ocorreram por meio da embaixada brasileira na Nigéria.

- A criação da embaixada em Benin resgata uma dívida histórica do Brasil em relação a esse país - disse na comissão o embaixador designado Carmelito de Melo.

O diplomata anunciou ainda a intenção de fazer de Benin uma porta de entrada de produtos brasileiros na região do Golfo da Guiné. Sua indicação teve como relator o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).



21/06/2006

Agência Senado


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