Brasil vai analisar pedido do Mercosul para aumento de tarifa do trigo



O governo brasileiro analisará, na semana que vem, pedido encaminhado pela Argentina, pelo Uruguai e pelo Paraguai – os demais integrantes do Mercosul – para aumentar a tarifa externa comum (TEC) sobre importações de trigo provenientes de fora do bloco comercial. A informação foi divulgada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, durante coletiva na Embaixada do Brasil em Buenos Aires.

Segundo Rossi, que se reuniu na capital argentina com o colega Julián Dominguez, os três sócios do Brasil no Mercosul pedem que a TEC incidente sobre as importações de trigo seja aumentada dos atuais 10% para 35%. No ano passado, a Argentina forneceu 3 milhões de toneladas de trigo ao Brasil e afirma que continuará atendendo às necessidades do mercado brasileiro neste ano. No entanto, o aumento da TEC seria uma maneira de evitar a concorrência com fornecedores europeus de trigo.

A partir de outubro, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de trigo deverá alcançar 5 milhões de toneladas. A Rússia e a Ucrânia, disse o ministro Rossi, já apresentaram proposta para vender mais 5 milhões de toneladas, completando as necessidades brasileiras do produto, mas o Brasil deverá privilegiar as vendas de seu sócio argentino no Mercosul.

Barreiras argentinas

Outro assunto tratado pelos dois ministros foi o problema representado pela possível imposição de barreiras argentinas contra a importação de alimentos industrializados do Brasil e da Europa. Uma determinação apenas verbal do secretário  do Comércio Interior, Guilhermo Moreno, estabeleceu que tais barreiras entrariam em vigor nesta quinta-feira (1), para proteger a indústria argentina, que trabalha com produtos similares.

Não há uma proibição oficial das importações desse tipo de produto, mas empresários brasileiros informaram, recentemente, que houve queda nos pedidos de supermercadistas argentinos. Segundo Wagner Rossi, essa medida já está sendo revertida.

Durante sua rápida visita a Buenos Aires, Rossi e o ministro argentino, Julián Domínguez, acertaram o cumprimento de uma rotina envolvendo encontros trimestrais em Brasília e em Buenos Aires, para troca de informações estratégicas que permitam buscar oportunidades no mercado internacional.

Juntos, Brasil e Argentina são os maiores produtores mundiais de soja, ultrapassando inclusive os Estados Unidos. A partir dessa posição privilegiada, os dois países e outras nações sul-americanas querem marcar presença no mercado internacional.

Fonte:
Agência Brasil



02/06/2010 15:17


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