Brizola nega que Saturnino tenha sido coagido a dividir mandato
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, acusou o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) de estar mentindo quando afirma ter sido coagido a assinar uma carta comprometendo-se a dividir seu mandato com o suplente, Carlos Lupi. Brizola prestou depoimento nesta terça-feira (2) ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que analisa representação do próprio PDT contra o senador pelo Rio de Janeiro.
- Quero dizer com todas as palavras que o senador está faltando com a verdade; rigorosamente ele está mentindo - disse o ex-governador do Rio de Janeiro.
O PDT está pedindo a cassação do mandato de Roberto Saturnino sob a alegação de que, durante a campanha eleitoral de 1998, ele teria assinado um documento garantindo que renunciaria a metade dos seus oito anos de mandato para que o suplente Carlos Lupi ocupasse a vaga nos quatro anos restantes. Na época, Saturnino era filiado ao PSB, que disputou aquela eleição coligado com o PDT.
Segundo descreveu Leonel Brizola, a idéia de redigir uma carta explicitando o compromisso da divisão do mandato partiu do próprio Roberto Saturnino. O presidente do PDT disse que chegou a rechaçar a possibilidade do acordo ser formalizado através de um documento escrito, mas Saturnino, por conta própria, tomou a iniciativa de escrever, de próprio punho, os termos do acordo feito entre o PDT e o PSB.
- Esse procedimento de Saturnino está a exigir um julgamento desse conselho. Será que um senador pode proceder desta forma? Será que algum cidadão tem o direito de proceder desta forma? Nos sentimos magoados, lesados e rigorosamente enganados. Por esta razão viemos ao Senado pedir o seu julgamento - disse Leonel Brizola.
02/12/2003
Agência Senado
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