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Butantan desenvolve droga contra a pressão alta em gestantes

Conhecida como pré-eclampsia, a doença atinge mulheres a partir da vigésima semana de gestação e pode até matar

O Instituto Butantan desenvolve medicamento que atuará no combate à pressão alta na gravidez. Conhecida como pré-eclampsia, a doença atinge mulheres a partir da vigésima semana de gestação e pode até matar.

Pesquisadores do Centro de Toxinologia Aplicada do Butantan encontraram uma substância, presente no veneno da jararaca, capaz de agir diretamente nos casos de hipertensão gestacional. Os responsáveis pelo trabalho pesquisam há quatro anos as aplicações medicinais de moléculas sintéticas derivadas do veneno de cobras.

A partir dos estudos foi possível identificar um mecanismo que atua nas artérias para manter os vasos sangüíneos relaxados e, com isso, controlar a pressão. Testes realizados com animais comprovaram a eficácia da nova substância.

“As drogas usadas atualmente no combate à pré-eclampsia são indicadas para um hipertenso comum. Estamos desenvolvendo um medicamento que leva em consideração todas as peculiaridades do organismo de uma mulher grávida”, afirma Juliano Guerreiro, pesquisador do Butantan.Sintomas – Cerca de 3,2 milhões de mulheres ficam grávidas por ano no Brasil. Segundo o Conselho Brasileiro de Cardiopatia e Gravidez, 10% dessas gestantes apresentam pré-eclampsia, responsável por cerca de 30% dos óbitos maternos. Isso significa que aproximadamente 320 mil mulheres por ano poderiam ser usuárias do novo medicamento.

Além da pressão arterial alta, a pré-eclampsia se caracteriza por retenção de líquidos (edema) e presença de proteína na urina (proteinúria), podendo evoluir para um quadro de convulsão e coma (eclampsia). A pré-eclampsia precisa ser diagnosticada e tratada de forma rápida, durante o pré-natal, já que pode restringir de maneira severa o fluxo de sangue para a placenta, comprometendo perigosamente o feto.

Do Instituto Butantan e da Secretaria da Saúde

(M.C.)

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