Instituto Butantan desenvolve vacina para combater quatro doenças
Dose única poderá imunizar recém-nascidos contra difteria, coqueluche, tétano e tuberculose
Dose única poderá imunizar recém-nascidos contra difteria, coqueluche, tétano e tuberculose Cientistas brasileiros estão conseguindo, em meio a muitas tentativas mundiais, encontrar um caminho para a produção de uma única vacina que poderá imunizar recém-nascidos contra quatro doenças: difteria, coqueluche, tétano e também a tuberculose. A iniciativa é do Governo do Estado, por meio das secretarias estaduais da Saúde e de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. O projeto está sendo coordenado pela pesquisadora científica Luciana Cezar de Cerqueira Leite, do Centro de Biotecnologia do Instituto Butantan. A pesquisa tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e conta ainda com a colaboração de pesquisadores do Instituto Pasteur, de Paris, além da empresa italiana IRIS/Chiron. Os pesquisadores fizeram com que proteínas fabricadas pelas bactérias que provocam difteria, tétano e coqueluche fossem expressas num microrganismo - a bactéria BCG (Bacilo de Calmette-Guerin) - usada como vacina contra a tuberculose. Vale lembrar que o BCG é a vacina mais utilizada no mundo inteiro e foi aplicada pela primeira vez em 1921. As outras três doenças são prevenidas com a vacina tríplice. Com os testes iniciais, os cientistas já verificaram que a BCG-DPT - como está sendo chamada a nova vacina - produz resposta imune (eficiente) em camundongos. No momento, juntamente com pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, está sendo confirmada sua eficiência contra a própria tuberculose. Segundo a pesquisadora Luciana, estas vacinas terão de ser modificadas para o uso humano. Em seguida, poderão ser feitos testes em macacos e, posteriormente, em seres humanos. Só então a vacina estará pronta para produção. Maior segurança e menor custo Com custo de US$ 0,08 por dose, a vacina de BCG-DPT é segura e apresenta baixa incidência de efeitos colaterais. O prazo de imunização é em torno de 20 a 30 anos. Outra vantagem é a possibilidade de aplicação em dose única nos bebês no momento do parto, quando grande parte das mulheres tem acesso a um hospital ou a um posto de saúde. A medida poderá reduzir o custo de campanhas de vacinação e evitar as doses de reforço, que nem sempre conseguem ser cumpridas por pessoas do meio rural e com muitos filhos. 'A tentativa com a BCG-DPT é fazer uma vacina eficaz e barata, com menos efeitos colaterais e que alcance uma proporção maior da população', define a coordenadora do projeto, Luciana Cerqueira Leite. Laboratório especial O laboratório do Centro de Biotecnologia do Butantan foi criado especialmente para o desenvolvimento da vacina. O local tem biossegurança de nível II, exigência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para trabalhos com bactérias que têm grau de risco relativo. O Instituto Butantan foi responsável p05/19/2001
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