Cabo Patrício pede a Sarney apoio contra a intervenção
O presidente do Senado, José Sarney, recebeu, nesta quinta-feira (11) o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Cabo Patrício (PT). O deputado distrital conversou a respeito da crise no governo local e sobre a possibilidade de intervenção federal em Brasília, pedida pela Procuradoria-Geral da República. Segundo Cabo Patrício, o presidente Sarney posicionou-se como um defensor das instituições e da democracia.
Patrício assegurou ao presidente Sarney que Brasília tem retomado a normalidade democrática e que a Câmara Legislativa está tomando "atitudes enérgicas e firmes para evitar a intervenção".
O deputado distrital afirmou que a Câmara está funcionando e fazendo andar o processo de autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) processe o governador afastado do DF, José Roberto Arruda, acusado de envolvimento em um esquema de arrecadação e pagamento de propinas, apontado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Cabo Patrício já havia visitado o presidente da Câmara, Michel Temer e o então presidente do STF, Gilmar Mendes, em busca de apoio contra a intervenção no DF.
Prisão
Em fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou a prisão preventiva do governador de Brasília, José Roberto Arruda, e de mais cinco pessoas, pela tentativa de suborno do jornalista Edson Santos, o Sombra, testemunha do escândalo. Sombra estaria sendo assediado para ajudar o governador a obstruir as investigações do esquema de corrupção envolvendo políticos e empresários locais.
Com autorização da Justiça, foram gravadas conversas entre Arruda, seus assessores e o então secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, nas quais era definida a distribuição de dinheiro entre políticos. Na investigação também surgiram fitas com registros dos pagamentos a Arruda e a vários deputados distritais, como o ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente, que escondeu maços de dinheiro na meia, e Junior Brunelli, que fez a chamada "oração da propina". Ambos renunciaram aos cargos. Apesar de afastado pela Justiça, Arruda resiste à ideia de renúncia.
11/03/2010
Agência Senado
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