CABRAL: DESCOBERTA DE BACIA DE GÁS TRARÁ DESENVOLVIMENTO À REGIÃO NORTE



A recente descoberta de mais uma bacia de gás natural no Amazonas, na região do rio Uatumã, foi apontada nesta quinta-feira (15) pelo senador Bernardo Cabral (PFL-AM) como uma forte alavanca de desenvolvimento regional e uma alternativa para garantir que o Sul-Sudeste do país não seja estrangulado pela falta de energia no futuro.- Estamos à procura de milagres que nos tirem do poço em que caímos? Eis um deles. E ao alcance de nossas mãos, pela enorme potencialidade de atração de investimentos produtivos que possui. Serão indústrias, empregos, infra-estrutura urbana e rural, produção agrícola, colonização dos enormes espaços amazônicos, integração com nossos vizinhos do norte da América do Sul, enfim, uma quase inesgotável cadeia de benefícios para o Brasil - avaliou o senador.Cabral revelou que a jazida de gás de Uatumã tem um volume estimado de 6 bilhões de metros cúbicos e faz com que o Amazonas passe a ter cerca de 30% de todas as reservas conhecidas de gás natural do país. "E não estamos no limite das possibilidades da região, pois não está ainda totalmente quantificada a extensão de suas ocorrências petrolíferas. Há a possibilidade de que esse novo campo seja maior do que o de Urucu, que já é o maior do país, em terra", observou o senador.A título de comparação, Cabral apresentou dados relativos a investimentos que estão sendo realizados em Urucu. Segundo o senador, estão sendo investidos US$ 1,7 bilhão para a geração de 930 megawatts de energia elétrica, utilizando cinco milhões de metros cúbicos de gás natural produzidos nos campos de Urucu e Juruá, no Alto Amazonas. O senador explicou que o gás será transferido até Coari, no Rio Solimões, através de uma gasoduto já em construção, com 280 km de extensão, e está sendo analisada a viabilidade de implantação de outro gasoduto, com 420 km, que levaria o gás até Manaus.Também faz parte do projeto um gasoduto de 550 km de extensão, de Urucu para Porto Velho, para transportar o gás natural que será consumido nas usinas termelétricas da região. O projeto com gás de Urucu, estruturado pela Petrobrás, Gaspetro, Eletrobrás, BNDES, Companhia de Gás do Amazonas e pelos Ministérios de Minas e Energia e do Planejamento e Orçamento, envolve investimentos em novas instalações termelétricas e em adaptações nas existentes, informou o senador, lembrando que o preço da energia a ser gerada será 50% menor que o praticado atualmente.Em aparte, o senador Lauro Campos (PT-DF) elogiou a independência, a firmeza e a clareza com que Cabral colocava opiniões destacadas de posicionamentos partidários. O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) disse que estudo do setor cerâmico de Santa Catarina concluiu que haveria uma economia de 12% se a matriz energética do gás natural fosse adotada. O senador Amir Lando (PMDB-RO) observou que este é um tema de interesse nacional e que é preciso ter a consciência de defesa do uso dessa energia pelo povo brasileiro. O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) concordou com a defesa das riquezas da Amazônia e do Brasil.Bernardo Cabral lembrou ainda que o gás natural é uma das mais importantes alternativas de energia para a diversificação da matriz energética do Brasil. "Mesmo sendo de origem fóssil, como o petróleo, ele tem baixíssimo teor poluente, sendo considerado um combustível verde. Ele permite que o aumento do consumo de energia elétrica na indústria, nos serviços e no uso doméstico seja significativamente suportado por essa nova fonte de energia", explicou o senador.

15/04/1999

Agência Senado


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