CABRAL REAFIRMA PREOCUPAÇÃO COM INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA



O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) denunciou, mais uma vez, a cobiça internacional em relação à Amazônia que está tentando sedimentar o conceito de "soberania relativa" do Brasil sobre a região. "A Amazônia é nossa, não é possível se aceitar a tese da intocabilidade da região, como se os brasileiros estivessem condenados a contemplar suas riquezas sem jamais se beneficiarem delas", afirmou.

Cabral fez questão de afirmar que iniciativas como a Zona Franca de Manaus têm o mérito de fixar a população na região, dando-lhe condições de sobrevivência, mas sobretudo de preservar a floresta, como aconteceu no estado do Amazonas, onde 98% das matas puderam ser preservadas, muito em decorrência da fixação dessas indústrias na capital.Para Cabral, é inadmissível considerar "catastrófica" a construção de uma simples estrada ou o aproveitamento energético de uma queda d"água na Amazônia. Há vozes internacionais e organizações não-governamentais no Brasil que olham esses empreendimentos - que trazem progresso e bem estar para a população - como iniciativas destinadas a destruir a floresta, argumentou.

Cabral alertou, ainda, para os perigos que cercam a operação Colômbia, com tropas norte-americanas trazidas para combater os narcotraficantes. "Eles serão empurrados para as terras do norte do estado do Amazonas, região quase despovoada. Não quero que se diga que o Senado foi omisso, que os senadores ficaram insensíveis ao problema, pois estamos defendendo mais dinheiro para o projeto Calha Norte, justamente para ocupar essa região", disse.

Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) manifestou sua insatisfação diante do "tratamento secundário" que o governo dá às regiões Norte e Nordeste, como se fossem sempre trazer problemas, e nunca soluções, para o Brasil.

Também em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) criticou algumas Ongs que atuam, na Amazônia, contrariando nossos reais interesses na região. E alertou: "O mesmo está acontecendo no Pantanal mato-grossense".

21/11/2000

Agência Senado


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