CABRAL REPUDIA HISTORIADOR QUE FALOU DE DIVISÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO
O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) repudiou com veemência, em discurso, as afirmações do historiador americano David Landes à revista Veja desta semana, nas quais ele sustenta que, se a região Sul do Brasil se separasse do Norte, "teria boas chances de alcançar os países mais avançados"."É mais um que chega sorrateiramente e sugere a separação brasileira, como outros defendem a internacionalização da Amazônia", lamentou Cabral. O norte-americano disse ainda que, se vivesse em São Paulo, não se preocuparia muito com o destino do Amazonas, pois "minerais e madeira podem ser comprados". O senador pelo Amazonas manifestou sua "total repulsa" às idéias do historiador, observando que a grande riqueza da região amazônica, na verdade, é seu volume de águas doce.Depois de lembrar que transcorre nesta quarta-feira (dia 22) o Dia Mundial da Água, Bernardo Cabral informou que será realizado nos próximos dias 28 e 29, no Senado, por iniciativa do senador Paulo Souto (PFL-BA) e sob a presidência da senadora Emilia Fernandes (PDT-RS), o seminário "Água 2000 - Qualidade de Vida e Desenvolvimento", como programação da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura.Cabral registrou ainda que, enquanto o Senado não vota o projeto que cria a Agência Nacional de Águas, há um vazio institucional no governo federal, pois caberá a este órgão a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. O senador é relator do projeto da Agência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.Em apartes, os senadores Leomar Quintanilha (PPB-TO), Tião Viana (PT-AC), Heloísa Helena (PT-AL), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Emília Fernandes (PDT-RS) apoiaram Bernardo Cabral em suas preocupações sobre o uso da água no país. Heloísa Helena e Valadares afirmaram inclusive que a água da região amazônica será importante, no futuro, para abastecer o Nordeste.
22/03/2000
Agência Senado
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