Caça-níqueis no RJ fazem parte do crime organizado



O deputado Viera da Cunha, relator da CPI da Segurança, acompanhado de seu colega de bancada Kalil Sehbe Neto, em audiência hoje (dia 31) pela manhã com o Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Josias Quintal de Oliveira, obteve importantes subsídios sobre a polêmica que envolve as máquinas caça-níqueis, objeto de investigação pela CPI da Segurança Pública. No Rio de Janeiro, as autoridades da segurança estão convencidas de que esta atividade faz parte do crime organizado. A reunião do relator da CPI gaúcha foi com a cúpula da segurança pública carioca. Além do secretário Josias Quintal, também o subsecretário da Segurança, Cel. Lenine Freitas da Silva, os delegados de polícia Jéssica Oliveira de Almeida e Ricardo Domingues, participaram das duas horas de exposição dos procedimentos policiais e jurídicos adotados no Rio de Janeiro para combater essa atividade ilícita. Através de contato telefônico, o deputado Vieira da Cunha obteve informações da doutora Valéria Videira, membro do Ministério Público, e também do chefe de Polícia, Álvaro Lins. Crime organizado- Vieira ouviu das autoridades policiais cariocas a declaração de que o inquérito que trata dos jogos eletrônicos no Rio de Janeiro é prioritário, uma vez que estão convencidas que esta atividade faz parte do crime organizado. O secretário Josias Quintal determinou à Delegacia de Combate ao Crime Organizado a condução do inquérito que trata do assunto "caça-níqueis". É o delegado que combate o crime organizado que preside o inquérito. O subsecretário de Segurança, Cel. Lenine Freitas da Silva, explicou ao relator da CPI que o inquérito iniciou em razão de desavenças e luta por domínio de território em Bangú, entre os herdeiros do falecido bicheiro Castor de Andrade. Outras informações referem-se ao que o secretário Josias Quintal classifica de "guerrilha jurídica" entre o Estado e os empresários que atuam no setor, que a exemplo do que ocorre no RS abrigam-se em liminares judiciais para manterem o seu negócio em funcionamento. Segundo a delegada de polícia Jéssica de Almeida, assessora jurídica da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, a única decisão de mérito no Estado é favorável à Secretaria de Segurança, reconhecendo como ilícita a atividade envolvendo caça-níqueis. O deputado Vieira da Cunha afirmou que os contatos no Rio de Janeiro reforçam as denúncias do Movimento de Justiça e Direitos Humanos à CPI, que apontam para a existência de uma máfia internacional por detrás dessa atividade, com ramificações em diversos estados brasileiros, inclusive no Rio Grande do Sul.

08/31/2001


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