Cadernos de Educação: Portilho acusa Onyx de patrulhamento ideológico
O vice-presidente da Comissão de Educação, Edson Portilho (PT), considera que a preocupação do deputado Onyx Lorenzoni com as publicações da Secretaria de Educação está se transformando em uma obsessão. “O comportamento do deputado lembra a ação do Comando de Caça aos Comunistas, durante a ditadura militar, cujas principais características eram a paranóia, o fanatismo e o patrulhamento ideológico”, compara Portilho, lembrando que a mesma postura foi adotada em relação aos textos de provas de concurso público do magistério, da Constituinte Escolar e outros documentos enviados pela SEC às escolas.
Na opinião de Portilho, todas as acusações levantadas pela oposição em relação ao caderno “A proteção socioambiental” foram plenamente esclarecidas pela secretária Lúcia Camini na audiência pública realizada na Assembléia Legislativa na última terça-feira, dia 18 de setembro. “A doutrinação e a ideologia são impostas quando a informação é manipulada da maneira como fez o deputado do PFL, ou seja, descontextualizando os argumentos e fragmentando a informação”, aponta. Portilho argumenta que Onyx omitiu que os textos sobre os quais pesam as críticas da oposição foram escritos por autores consagrados, como Eduardo Galeano, Leonardo Boff e Frei Beto, mas que foram “denunciados” como se tivessem sido produzidos pela própria SEC. “Isto é uma manipulação grosseira e desqualificada”, protesta o parlamentar.
O vice-presidente da Comissão reafirma que a intenção do Caderno não é a partidarização e nem a doutrinação de criançinhas, como acusa a oposição, mas oferecer subsídios sobre assuntos atuais para as escolas. “Os professores têm autonomia para usar ou não este material e para escolher os autores que mais lhes agradam. Eles têm consciência do que é bom para os seus alunos, tendo a liberdade por optar textos e cadernos disponibilizados pela SEC, escola, COM, que tenham objetivo de despertar o senso crítico nos estudantes para transformar esta sociedade. Ao contrário do tempo da ditadura, que parece ainda inspirar alguns, há liberdade de escolha e de pensamento”, salienta.
Partidarização – Portilho afirma ainda que quem tem experiência consagrada em partidarizar a educação é o governo federal. O petista se refere ao livro de estudos sociais “O Município em Debate”, destinado a alunos da 3ª série do ensino fundamental, recomendado pelo MEC, em que é publicada na página 41 foto de uma convenção partidária do PSDB. “O capítulo trata dos partidos políticos existentes no Brasil. Num universo de dezenas de siglas, escolhem justamente a foto da convenção do partido do presidente da República. É muito coincidência”, ironiza.
Portilho classifica a utilização da fotografia como uma tentativa incontestável de partidarização do ensino. “É preciso lembrar que as ilustrações nos livros didáticos não são escolhidas ao acaso. Elas têm uma função a cumprir e, neste caso, é fazer propaganda do PSDB e reforçar a imagem do partido do presidente”, analisa.
09/19/2001
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